sábado, 19 de novembro de 2011

E tinha um Oompa-Loompa tomando banho de sol em San Sebastian

Madrid com amigos outra vez

Voltar em Madrid é sempre bom.
Aliás, voltar em qualquer cidade é bom (desde que você tenha gostado dela, obviamente).
Voltar significa não ter compromisso em ver pontos turísticos, já ter uma impressão sobre a cidade que vai sendo aprimorada e, principalmente, significa desfrutar com mais calma de coisas que a cidade tem a oferecer que numa visita mais turística o tempo não permite.

Chegamos em Madri no início da noite, bem cansadas da viagem de carro e de carregar malas no metrô. Mas, ainda assim, demos uma saída rápida para encontrar o Fábio, amigo que está passando uma temporada na cidade. Fizemos o que mais gosto de fazer, "salir de tapas". Taberna vai, taberna vem... tomamos várias "cañas" e comemos as coisinhas deliciosas que só a Espanha tem... que azetitonas fantásticas... e o pulpo a la gallega... queso manchego... tudo é tão maravilhoso!



No dia seguinte tomamos café a saímos andando pelos arredores da Plaza Mayor. Chegamos ao Mercado San Miguel. Mal tínhamos digerido o café e lá estávamos nós comendo pintxos e azeitonas e tomando vinho!!! O Mercado San Miguel é só alegria e está no top 5 dos meus locais preferidos em Madrid.

plaza mayor

Já devidamente abastecidas de pintxos e vinho fomos até a Caja Forum ver a exposição do Delacroix que vale muitíssimo à pena.
Andamos por toda a região do Barrio de Las Letras, comemos churros com chocolate e fomos descansar no hotel. A noite foi na Taberna Alhambra com tapas de almondegas, queso manchego e vinho rosé.

No dia seguinte fomos ao Museu do Prado. Já conhecia o museu, mas ele é tão magnífico que mesmo numa visita rápida a Madrid é recomendável voltar lá.  O Prado é enorme, o que torna impossível e cansativo ver tudo bem visto numa visita só, entretanto, como boa vontade, é só focar-se no que está interessado em ver e aproveitar um dos melhores museus que há na Europa. O que me impressiona no Prado é que em muitos dos museus que já visitei existem várias salas que deixo passar porque o que está lá não me interessa; no Prado é ao contrário, TODAS as salas são interessantes para mim. Nada é para passar batido. Por isso, ir duas, três ou várias vezes lá é sempre um programa gratificante.

Depois do almoço num restaurante próximo ao museu, o Mariano, que é muito bom e tradicional, porém muito caro para o meu gosto, veio um dos meus melhores momentos da viagem. Comprei minha lomo Fish Eye! Para quem não sabe a lomografia foi desenvolvida no início da década de 80 na antiga URSS, quando os generais resolveram fabricar uma câmera compacta, com corpo e lente de plástico, portanto, barata, que servia para fotografar o estilo de vida comunista e, logo, fazer propaganda do mesmo. A fábrica tinha o nome de LOMO Leningradskoye Optiko Mechanichesckoye Obyedinenie (União de Óptica Mecânica de Leningrado).
A lomo fish eye era um sonho de consumo que realizou-se na própria lojinha da Lomo em Madrid (na simpática Calle de Echegaray), ao lado do meu amigo Fábio, que compartilhou desta alegria, e quiçá tenha ficado até mais alegre do que eu (?!)

na frente da lojinha da Lomo

eu e minha fish eye no Mercado San Miguel

Depois de sair fotografando Madri fomos nos despedir da cidade no velho e bom Mercado San Miguel. Já era hora de voltar para o Brasil e a última noite prometia...





Foram muitos pintxos com vinho no Mercado San Miguel. Depois eu tive a bela idéia de tomarmos a saideira num barzinho que ficava em baixo do nosso hotel porque daí era só subir e dormir para de madrugada pegar o vôo. Saideira esta que se estendeu mais do que deveria e nos levou para mais uma taberna na região da Puerta Del Sol com direito a mais tapas, mais vinhos, choros, despedidas, confissões e tudo que quem já tomou um vinhozinho a mais sabe bem o que é.

início da noite

fim da noite

Resultado: dormi às 2 horas e levantei às 5 horas para ir para o Aeroporto de Barajas. Não preciso dizer que passei muito mal no vôo Madri-Lisboa e jurei nunca mais fazer isso num último dia de viagem. Mas confesso, a mescla Madrid + ótimas companhias é tão harmoniosa que... sei não... talvez fizesse tudo de novo.



sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Burgos

No meio do caminho entre Bilbao e Madrid, já saindo do País Basco e chegando na região de Castilla y León, está a cidade de Burgos, famosa pela sua imponente Catedral dos idos de 1200.

 


Fomos aí para almoçar antes de seguir viagem para Madri e recebemos a indicação de pessoas locais, por sinal muito simpáticas, de comer na Taberna de Tanin onde nos deleitamos com entrada, prato principal, sobremesa, vinho, pão e água por "solamente" 9 Euros por pessoa.  


O fato é que Burgos passou da condição de cidade-para-se-passar-antes-de-seguir-até-Madrid para a condição de cidade-para-ir-e-ficar-pelo-menos-uma-noite. Só que não ficamos, porque tínhamos que entregar carro e tínhamos reserva de hotel em Madrid. Assim sendo, Burgos fica fazendo parte da lista de cidades para se voltar um dia.



Bilbao - País Basco Espanhol

Foi difícil gostar de Bilbao, pois:

- chegamos de ônibus, vindo de San Sebastian, e na ida para o hotel demos de cara com um taxista muito grosso que acelerou feito louco e nos assustou mais do que deveria;

- o Hotel Petit Palace Arana, que é da rede High Tech de hotéis, havia me gerado uma expectativa que foi frustrada, visto que o hotel está mais para low tech;

- a cidade não é feia... tem um rio que a cruza, tem um bonito Casco Viejo... entretanto, para quem acabou de sair de San Sebastian, dar de cara com Bilbao não tem como não ser decepcionante. Se eu pudesse voltar atrás faria o caminho inverso: primeiro Bilbao, depois San Sebastian;






A grande atração de Bilbao termina sendo mesmo o Museu Guggenheim. Realmente aquela imponente construção metálica é digna de ser observada durante algumas horas. Assim sendo, chegamos na área externa do museu na segunda-feira, dia em que o mesmo está fechado, e ficamos aí até o por do sol observando como todo aquele aço vai mudando de cor à medida que a luz modifica-se.










Quem tiver interesse em saber um pouco mais sobre esta magnífica obra do arquiteto norte-americano Frank Gehry pode ver nesse link como foi construído o museu, além de uma entrevista com seu gestor: guggenheim-bilbao

Deixamos a primeira tarde para apreciar o museu por fora e entramos para visitá-lo na manhã do dia seguinte. Conhecê-lo por dentro é também fascinante no que concerne à sua arquitetura, porque a exposição permanente e a temporária que lá estava me decepcionaram muito.

No mais Bilbao tem seu Casco Viejo que é interessante, mas bem pequeno, e os pintxos, claro.
Porém, sendo clichê de mim mesma, depois dos maravilhosos pintxos de San Sebastian... os de Bilbao, coitadinhos... era impossível animar-se. Os melhores pintxos, o melhor clima e o melhor atendimento estão no Café Bar Bilbao, onde fomos duas noites seguidas.




Impressões Bilbaoenses:

- já falei várias impressões anteriormente e não vou chover no molhado... creio que deixei claro o que senti pela cidade, mas uma coisa preciso dizer, a cidade é "xiita" porque:

1) segue radicalmente a siesta; tudo "morre" das 14 às 18 horas... impressionante

2) se você for comer pintxos não pode sentar nas mesas dos bares (exceto no Café Bilbao onde sentamos), pintxos se comem de pé; se quiser sentar tem que pedir uma porção (!!!)

Hondarribia - País Basco Espanhol

Hondarribia é uma cidade do País Basco espanhol com cerca de 17000 habitantes, que faz fronteira com a França.
A cidade fica de um lado à beira do Rio Bidasoa e do outro à beira mar. A cidade francesa com a qual faz fronteira é Hendaye, que faz parte do País Basco Francês.
Hondarribia é seu nome em basco; em espanhol tem o nome de Fuenterrabía e em francês de Fonterrabie.





Para quem está em San Sebastian e tem vários dias nesta cidade vale à pena fazer um bate e volta até Hondarribia. Para ir até lá toma-se um ônibus no Centro de San Sebastian e a viagem dura cerca de 1 hora. A cidade é pequena, tem um quarteirão de pescadores que é muito charmoso e um forte que foi palco de várias batalhas.






Ao caminhar à beira mar você terá esta visão inesperada da França:

terça-feira, 8 de novembro de 2011

San Sebastian - País Basco Espanhol

É com uma homenagem à torta de queijo do La Viña que começo este post sobre San Sebastian.
Foi esta maravilha da culinária basca que encerrou as nossas 3 noites nesta cidade. Eram pintxos ali, tapas acolá e no final da noite... La Viña, garçom amigo e torta de queijo.

A infinidade de bares que existem no Casco Viejo de San Sebastian é de deixar qualquer um louco sem saber onde entrar e, principalmente, sem saber que pintxo comer. Todas aquelas maravilhas em cima do balcão esperando para serem saboreadas aguçam os sentidos e provocam fome e sede.

Logo que chegamos à cidade e deixamos as coisas no hotel fomos ao Casco Viejo procurar algo para comer e descobrimos como a indefinição pode ser algo tão prazeroso. São poucas vezes na vida em que sinto alegria em não saber o que decidir, mas ali, diante de tantos bares, tantos belisquetes, é melhor ser indeciso e ao mesmo tempo determinado... determinado a comer de tudo um pouco!


San Sebastian (Donostia em basco) localiza-se no Norte da Espnha, no País Basco e dista 20 km da fronteira francesa.
A ligação entre Bayonne (onde estávamos anteriormente) e San Sebastian via trem é feita primeiramente pela rede de trem francesa e depois pela rede de trem euskara (Euskotren).
Compramos passagem Bayonne - Hendaye, que fica na fronteira com a Espanha e daí pegamos um trem pequeno, que parece mais um metrô; mais 40 minutinos de viagem e chegamos em San Sebastian.
O caminho é lindo, pois o trem vai beirando as cidades praianas da Baía de Biscaya, o que deixa um gostinho de quero voltar para esta região um dia...

A cidade á pra ser explorada à pé e assim o fizemos.
Caminhando desde o Monte Igeldo até o Monte Urgull, passando pela Playa de La Concha, principal praia da cidade, pode-se ver, além da beleza natural do lugar, as suas lindas construções, prédios e ruas bem cuidados, lindas praças e alguns palácios.

vista desde o Monte Igeldo

Playa de La Concha

Na parte antiga (Casco Viejo) a grande diversão é comer e beber, como já dito antes. Mas também aí há várias lojinhas, igrejas para serem visitadas, uma zona de pescadores e um maravilhoso deck de onde vimos o sol se pôr nos três dias em que estivemos na cidade.




Impressões San Sebastianenses:
- a cidade, por ser um famoso balneário, é povoda por gente de muito grana;
- boa parte dos moradores e dos turistas são da terceira idade; e eles vão para os bares de pintxos, bebem comem, divertem-se horrores... no La Viña, vimos em dois dias seguidos uma senhorinha que chegava de cadeira de rodas e não perdia tempo nos chopps nem nos pintxos;
- é costume que os irmãos (crianças) vistam-se com a mesma roupa, como se faz com os gêmeos aqui no Brasil (!!??)
- San Sebastian é cara, mas mais barata que Bordeaux e (já está virando clichê isto aqui)... obviamente, mais barata que São Paulo;

domingo, 6 de novembro de 2011

Bayonne - País Basco Francês

O País Basco localiza-se no Norte da Espanha e Sudoeste da França. É uma região que tem uma língua própria, o euskara, e que cultiva sua cultura com muito fervor. Pesquisando sobre o euskara vi que não se sabe a sua origem, visto que não existe paralelo desta língua com nenhuma outra existente no mundo.

O formato do seu mapa, aliado ao nacionalismo do seu povo, rende ao País Basco boas historinhas, como esta que está em um dos postais que lá comprei.

É aqui que nós estamos de férias
E Bayonne parece ser uma cidade perfeita para passar férias. Além de linda e animada, não tem praia, mas está ao lado de belas cidades praianas. Com 30 minutos de viagem você chega à linda Saint Jean de Luz e com apenas 10 minutinhos à famosa Biarritz.

La Nive é o rio que divide a cidade em Petit e Grand Bayonne. Há 5 pontes entre as duas e sua beira-rio é cheia de casas com a típica arquitetura basca.





A cultura Basca está em toda parte, bandeiras vermelhas e verdes enfeitam as ruas e como bons bascos, a cidade preza pela gastronomia. O restaurante Le Bayonnais, onde tivemos o prazer de almoçar, é uma prova de que os bascos sabem o que é bem comer.






Após explorarmos Petit Bayonne e Grand Bayonne, à noite procuramos um barzinho para sentarmos calmamente, comermos e tomarmos algo. Nada de calma! O bar que queríamos ir já estava lotado e nas andanças encontramos uma "cave" onde iria ter uma jam session. Entramos num lugar que estava ocupado por músicos que, se não eram amigos eram pelo menos conhecidos entre si, e presenciamos as formações musicais mais inusitadas com um troca-troca de bandas e estilos, uma mescla entre cantores afinados e outros totalmente fora do tom e instrumentistas quase caindo de bêbados.
A jam session de Bayonne foi a noite mais divertida da viagem.

Foi essa a marca que Bayonne deixou em nós: informalidade, alegria, diversão e pessoas aproveitando o lado bom da vida.


Impressões Bayonnenses:
- Alguns franceses dizem: "Bayonne?! Não é França!" Pois para mim é, visto que seus habitantes apesar de saberem o euskara, falam francês e dizem ser bascos franceses. É uma França diferente sim. Menos formal, mais faladeira, mas não deixa de ser França, melhor ainda, é França com "sotaque" e animação espanhola.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Sarlat-la-Canéda / Beynac / La Roque-Gageac / Saint Emilion

Partindo de Bordeaux alugamos um carro e fomos até Sarlat-la-Canéda, cidade com características medievais situada na região chamada Dordogne, que é um departamento da região da Aquitaine, no sudoeste francês.



A cidade de Sarlat data do século IX e surgiu após a fundação de uma abadia beneditina. A abadia cresceu e no seu entorno foi-se criando uma cidade que teve seu apogeu nas épocas Medieval e Renascentista.
Em 1962 a cidade foi restaurada após promulgação de uma lei francesa que beneficiou um grupo de cidades chamadas de "mais belas cidades da França". Seu centro histórico também é patrimônio da UNESCO.
A cidade tem atualmente cerca de 10.000 habitantes.


Sarlat é famosa pela sua gastronomia, e é especialmente famosa por ser região do foie gras (fígado de ganso ou de pato) e das trufas. O foie gras está em todos os lugares: restaurantes mais finos, restaurantes com menu turístico, lojinhas e na praça central, habitada eternamente por 3 patos.




Se eu comi o foie gras? Sim, comi! Se você sabe como ele é produzido e por questões morais não quer comer, ou se não gosta de foie gras, vai ter que rebolar para comer outra coisa porque a cidade é quase um foie gras ambulante. A trufa não deu para comer... o orçamento baixo não permitia.
Mas falando assim parece até que Sarlat não é uma cidade legal. É sim, e muito. A cidade é lindíssima e seu povo é agradável. Caminhar por suas ruas é um privilégio e vale à pena dormir na cidade para vê-la vazia de noite e imaginar como era o lugar nos tempos de outrora.




Uma das melhores refeições da viagem foi no restaurante Le Presidial. Jantamos neste lugar que ao mesmo tempo é requintado e familiar e conhecemos sua dona, uma portuguesa muito simpática que além de ter nos proporcionado uma delícia de comida e de vinho nos deu a dica de não ir embora da região sem antes conhecer dois lugares: Beynac e La Roque-Gageac.

E assim, no dia seguinte, antes de voltarmos a Bordeaux, tivemos a grata surpresa de passar por duas cidades encrustadas em um rochedo e com visual deslumbrante.

Beynac

La Roque-Gageac




Aliás, não só as duas cidades, mas todo o caminho no seu entorno é cenário de filme (e é mesmo, já que o lugar serviu como locação para diversos filmes franceses). A vontade foi de voltar um dia, com mais tempo, para dormir nesta região.




De La Roque-Gageac seguimos para Saint-Emilion que era motivo inicial deste roteiro de viagem.
A cidade é linda, mas... é fofa demais para o meu gosto. Turística demais, arrumadinha demais e, sobretudo, cara demais. Oito euros por uma taça de vinho mais ou menos que ainda por cima veio numa quantidade que mais parecia que era para degustação é desaforo. E olha que não era alta temporada, imagino aquilo no verão.

Então Saint Emilion serviu para que a conhecêssemos, rendeu lindas fotos e um belo anel de madre pérola que guardarei como lembrança da bela região e da viagem com amigas.




Na volta para Bordeaux, além de termos um belíssimo visual na estrada, a lua cheia nos esperava mais uma vez à beira rio.



Impressões Sarlatianas:
- deve ser melhor ir na época que fomos porque no inverno deve ser geladíssima e no verão, pela quantidade de lojas e restaurantes que tem, a cidade deve ficar lotada;

Impressões Beynaquianas e Roquegageaquianas:
- até 10 horas da manhã nada estava aberto, nenhuma padaria, nenhuma lojinha e nenhuma porta ou janela de NENHUMA casa, ou seja, todos ainda dormiam; concluo que é insano acordar a hora que acordo para ir trabalhar e que a vida deveria realmente ser vivida somente à partir das 10h;

Impressões Saintemilionenses:
- a cidade está toda preparada para este tipo de turismo enólogo (são mais de 900 vinícolas na região!), mas como sou mais adepta ao turismo ordinário do que a estes extraordinários, Saint Emilion virou cidade onde "pronto, já deu"; enquanto isso, espero o dia de voltar a Beynac, Roque Gageac e a outras cidades da Dordogne.