segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Bologna


Por fim, fomos para Bologna, cidade onde um dia quero voltar com calma. Bologna, capital da região Emiliana-Romana, já tem uma cara e uma arquitetura bem diferente das cidades da Toscana. É uma grande cidade com cerca de 1 milhão de habitantes e é conhecida pela ótima gastronomia.  Caminhando pelas suas ruas você se depara com incríveis mercados dos mais variados tipos de comida.






A viagem de trem de Firenze a Bologna dura 1 hora e 35 minutos e custa entre 7 e 10 Euros a depender da hora (existe um trem mais rápido que é, obviamente, mais caro).

A cidade é conhecida como “La grassa, La dotta, La rossa”, traduzindo: gorda, culta e vermelha.  Gorda porque é famosa pela sua gastronomia, como já mencionei; culta, creio que seja pela sua tradição em Academias (a primeira Universidade do mundo Ocidental foi a Universidade de Bologna, inaugurada no século XII); vermelha porque a cor vermelha impera nos seus prédios e Bologna é vermelha como o molho a bolonhesa!
Andar pelas suas ruas, ver os prédios do Centro, visitar sua linda (e vermelha) Catedral e a Chiesa Santa Maria Della Vita que abriga a impressionante obra Compianto sul Cristo morto é programa que dá vontade de voltar a fazer.






detalhe de Compianto sul Cristo morto (fonte wikipedia)

Bologna é tambem famosa pelos seus clubes e pelo festival de jazz. Quem já esteve por lá foi este senhor aí:



Quanto à comida, infelizmente o spagheti a bolonhesa que comemos foi péssimo e com certeza comemos no lugar errado - e taí o motivo para voltar um dia.

O final do bate perna em Bologna foi numa Osteria comendo queijos e tomando Pinot Grigio com uma posterior deliciosa torta de frutas vermelhas com café... e que café!!
Aliás, eu que nem sou chegada a café fico encantada com os cafés que esses italianos preparam.



Pronto, motivo para voltar para a Itália em breve: tomar um bom café!

Siena, San Gimignano, Lucca

SIENA

Siena é uma das maiores cidades da Toscana, foi colonizada pelos romanos que deixaram várias das suas marcas pelas ruas da cidade.

A quantidade de turistas é grande, mas é agradavelmente menor do que em Firenze. Além disso, como muita gente vai somente para passar o dia na cidade, quem tem o privilégio de dormir lá pode conhecer um pouco melhor, durante a noite, o que é uma Siena mais vazia e mais autêntica.

O ônibus de Firenze para Siena custa 7,80 Euros e a viagem dura 1 h e 15 min.
Muita gente anda pela Toscana de carro, mas digo, vale à pena a tranquilidade e o custo do ônibus se for o caso de ir a poucas cidades num mesmo dia.

Fomos de Firenze para Siena, dormimos lá e passamos o dia seguinte em San Gimignano, voltando para Firenze no final da tarde do segundo dia, tudo de ônibus, com ótimos preços e muita facilidade para acesso.

Passamos o dia batendo perna pela cidade com direito a um cochilo à tarde e um ótimo jantar à noite.

Infelizmente não lembro o nome da tratoria onde comi um Tagliateli com Porcini fresco e Michelle comeu Javali com molho de chocolate e piñole, além de uma bruscheta de maçã com queijo e mel que me mataram de inveja.

Siena é isso aqui:







SAN GIMIGNANO

O ônibus para San Gimignano custa 6 Euros e vai direto de Siena para lá.

Não gostei da cidade que mais parece cenário montado para a novela da Globo. Fofa demais e sem personalidade demais.
Mas tudo tem um lado bom, San Gimignano tem o Vernaccia de San Gimignano, um vinho branco de produção local que se tomado num restaurante sem graça de comida ruim, mas junto com uma amiga,  rende conversas idiotamente boas e consequentemente ótimas risadas.



E San Gimignano tem também de bom a Gelateria Della Piazza que se auto-intitula "sorvete campeão mundial" e que se não for tudo isso que diz ser, está bem perto.
Lá, praticando o pecado da gula, tomamos 6 sabores de sorvete (!) e deixo aqui o ranking:
** Frutti di Bosco
*** Nutella
*** Tiramisu
*** Amarena
**** Yogurt frutti di Bosco
***** Chocolate com Laranja (CAMPEÃO!)



Um pouco de San Gimignano:




LUCCA

O outro bate e volta que fizemos foi para Lucca, linda cidade murada também com colonização romana.
O trem de Firenze para Lucca dura 1h e 15 min e custa 7,20 Euros. Mais uma vez digo que acho que vale à pena o trem.
Sua principal atração é sua praça central arredondada que é o resquício de um antigo anfiteatro romano.
Mas o que mais me agradou em Lucca foi a sua calmaria, seu lado bucólico e seus montes de velhinhos andando de bicicleta para todos os lados.






De Volta a Firenze, Agora com a Amiga

Antes de começar a escrever novo post sobre Firenze fui ler o meu post anterior, da viagem que fiz em 2009.
No geral as coisas não mudaram e endosso o que escrevi na época. Os Davis continuam no mesmo lugar, a cidade mantem-se como um museu a céu aberto e os sorvetes permanecem como os melhores que já tomei na vida, mesmo tendo-se passado três anos e muitos sorvetes mundo afora.

Só duas coisas mudaram, e mudaram para pior. A cidade está infinitamente mais cheia de gente (leia-se, de turistas) e os preços estão mais altos, talvez uma coisa consequência da outra.
Uma taça de vinho custa em média 5 Euros (exceto as taças do tal Brunello de Montalcino, que saem por cerca de 13 Euros), água em torno de 3,50 e os pratos em torno de 20 a 25 Euros. Então uma refeição com uma taça de vinho, água e um prato (que não seja de carne, porque os de carne são mais caros) sai por volta dos 30 euros, que não é muito para quem está acostumado com os preços de São Paulo, mas é muito quando comparado aos preços de outros países Europeus.

Mas o sorvetes continuam custando de 1,80 a 2,00 Euros e isso é uma ótima notícia!!! O "coffe crunch" da gelateria "Perché No!" é definitivamente o sorvete mais saboroso do universo.



Como desta vez não fiz nenhum passeio turístico, não subi em nenhum monumento, não entrei em nenhum museu (que, por sinal, tinham filas assustadoras) e me limitei a tão somente vagar pelas ruas de Firenze e observar seus habitantes permanentes e transitórios, não darei exatamente dicas do que fazer e sim dicas de onde ficar quando não quiser fazer nada e dicas de onde comer bem.

A Michelle que já tinha dividido comigo o prazer que é andar por terras alheias, foi quem me acompanhou desta vez. Fui para um congresso médico e aproveitei para passar mais uns dias passeando pela Toscana. Além de Firenze visitamos Siena, Lucca, San Gimigano e Bologna, sobre as quais falarei em posts à parte.

A ida foi pela Alitalia com conexão em Roma e a hospedagem no mesmo B&B que eu já tinha ficado com o Marcelo quando fui da outra vez, o L'Alloro. O B&B continua com a mesma limpeza e a mesma simpatia da dona, a Veronica, que por um preço camarada deixou a gente fazer um late check-out.

Chegada no aeroporto de Firenze = boa surpresa! O taxi tem tarifa fixa para a região da Estação Santa Maria Novella (22 Euros), assim você não fica com medo de estar sendo roubado ou de o motorista (no nosso caso uma motorista) estar dando voltas desnecessárias.


Esta ida a Firenze foi mesmo para ir ao Congresso e para reviver as coisas interessantes da cidade, comer, tomar vinho e tomar sorvete.

Então digo onde fiquei fazendo nada:

Quer um fim de tarde maravilhoso em Firenze? Próximo a hora do por do sol compre um sorvete na gelateria Santa Trinitá (o ciocolato fondente com arancio e amarena é de arrepiar), fique na ponte de mesmo nome e aguarde a tarde cair vendo os tipos raros que cruzam a ponte. Quando o sorvete acabar vá lá e compre outro ou entre em algum mercado, compre um vinho e azeitonas e fique aí, exercitando o "dolce far niente". O espetáculo que verás é este aqui:




Outro local para exercitar a doçura de não fazer nada é do outro lado do rio, no Oltrarno. Nessa região vale à pena se perder pelas ruazinhas e descobrir cantinhos interessantes. Os turistas já invadiram a área, que está bem mais cheia deles do que em 2009, mas a pitoresca Piazza Santo Espirito ainda é um local de refúgio.




Digo onde comi:

- Tratoria 4 Leoni: Carcciofi frite e Finocchi com pera regados por um bianco di Toscana (segundo Michelle, que se lambuzou com tripa a la Fiorentina, o meu finocchi estava queimado e eu nem senti);
- Na mesma Piazzera onde está a Tratoria 4 Leoni há um café pequenino onde um dia quero voltar. Não lembro o nome do lugar, mas aí comemos uma Apple Pie com café que estava fantástica... recomendo a quem for à Tratoria 4 Leoni deixar para comer a sobremesa neste cafezinho;
- Cipolla Rossa: o spagheti al'uovo com molho de panna e prosciuto frito foi motivo para comer dois dias seguidos o mesmo prato no mesmo restaurante;
- Tratoria Ponte Vecchio: além de um atendimento especial a tratoria tem um finocchi com pera bem melhor do que o da Tratoria 4 Leoni. Recomendadíssimo!!!
- Vini i Vechi Sapore: uma tratoria minúscula com apenas 6 mesas que são divididas entre comensais amigos dos donos e estranhos, com uma tendimento super amigável e uma comida deliciosa. Comi um pecorino com geléia de entrada e depois um risoto de aspargos delicioso. O vinho era da casa e ao final o garçon / filho do dono me deu de brinde um copinho de tinto a mais... maravilha.
- Ah! Não preciso dizer que em todo lugar que fomos pedimos bruscheta de entrada... e a gente acha que come bruscheta no
 Brasil, ai ai...
- além desses lugares com nome, é claro que rolou umas paradas para vinho com azeitonas  em uns bares de vinhos que ficam nas esquinas de Firenze. Destes não lembro os nomes.