quinta-feira, 30 de abril de 2015

polônia



 POLÔNIA


                        

Visitar a Polônia era um sonho antigo que sempre foi alimentado pela vontade de ver de perto um país que viveu uma história tão difícil. Além disso, meu casamento com um argentino/polonês está registrado em Varsóvia, consequentemente sempre achava meio que obrigatório ir até lá.

Antes de ir buscamos referências sobre os ancestrais poloneses do Marcelo e descobrimos coisas interessantes (e tristes) sobre a família e sobre o próprio país.

A Polônia já passou por tantas mudanças territoriais que inclusive já chegou a sumir do mapa, ou seja, deixou de ser um país independente, perdendo território para os países vizinhos com quem viveu disputas constantes.

Esse interessante vídeo do youtube ilustra bem como foram as mudanças territoriais na Polonia ao longo dos tempos:


A história de vida "del abuelo" Julian Lejczak retrata um pouco da confusão geográfica da Polônia. Julian nasceu na cidade de Łoszniów, região de Galicia, em 1904 (nesta época era território polonês). A região de Galicia pertenceu ao império austro-húngaro, depois à Polônia, foi dividida entre União Soviética e Alemanha durante a Segunda Guerra, e com a dissolução do bloco soviético passou a fazer parte da Ucrânia, estando assim até hoje. A cidade onde nasceu "el abuelo" antes Łoszniów, hoje tem o nome de Loshniv.

Com relação ao passado mais recente da Polônia, aí já é uma história mais conhecida de todos nós.
Em 1º de setembro de 1939 Hitler invade o país, entrando pela península de Westerplatte, na cidade portuária de Gdansk, ao norte. No dia 17 do mesmo mês a União Soviética também declara guerra à Polônia e a invade pelo seu lado leste. Em 10 de setembro as tropas alemãs já estavam na capital Varsóvia.

À partir daí seguem-se 5 anos de dominação nazista, com perseguição a policiais, políticos e intelectuais poloneses, e sobretudo, perseguição aos judeus da Polônia, que à época era o país com a maior população judia do mundo.

Ao final da guerra, em 1945, a União Soviética, sob comando de Stalin, paga de salvadora da pátria deixando entender que estava tirando a Polônia das mãos dos nazismo. No entanto, inicia um dos regimes mais opressores e também sangrentos do mundo, deixando esse país sob o domínio comunista por mais de quatro décadas.

É essa história que fascina muita gente que vai à Polônia, país palco de disputas infindáveis e que renasceu literalmente das cinzas.
É essa história aliada ao fato de estar na terra do "abuelo" Julian, que me fez tão feliz ao comprar o bilhete caridosamente barato de ida e volta Madrid-Warszawa, pela Norwegian Airlines.

A nossa viagem compreendeu somente 3 cidades: Varsóvia, Gdansk e Cracóvia, além de uma ida ao campo de concentração de Oswiecim, mais conhecido com Auschwitz.

Quem lê este blog sabe que prefiro fincar os pés no lugar do que ficar pulando de cidade em cidade.  Nove noites, portanto, me pareceram suficientes para serem divididas entre somente 3 cidades e foi o que fizemos.
A capital Varsóvia teria que ser incluída por motivos óbvios e porque o vôo de ida e volta era por lá.
Cracóvia é a queridinha dos turistas que vão à Polônia e, portanto, foi incluída.
Por fim, mesmo achando que ir até Gdansk, ao norte do país, era um deslocamento meio maluco, decidimos ir por conta da sua história (cidade onde iniciou-se a Segunda Guerra e posteriormente cidade palco do movimento Solidarnorsc, que daria início ao fim do bloco comunista do leste europeu) e sua conhecida beleza. E recomendo fortemente a todo mundo que for à Polônia não deixar de ver Gdansk.


Os deslocamentos internos foram feitos de trem, que comprados com antecedência de uns 20 dias ofereciam bilhetes a preços muito bons para viagens de 3 horas de duração, cerca de 10 a 20 Euros cada trecho.
Os trens poloneses são bem confortáveis e oferecem um serviço que particularmente nunca vi na Europa: água, café, suco e um chicletinho grátis (você não precisa deslocar-se para receber, eles passam servindo! E depois ainda passam recolhendo o lixo que ficou!), além de revista de bordo. E claro, tem vagão restaurante com mais uma gama de coisas para serem consumidas.

Do aeroporto de Varsóvia para o centro você tem opção de ônibus de linha que custa 5 Zlots (moeda local) ou trem (super rápido e confortável) que custa 4,40 Zlots. E, claro, taxi, que não sei quanto custa.
A depender de onde está seu hotel pode ser mais conveniente o trem ou o ônibus. Ao chegarmos tomamos o ônibus e na saída o trem, já que o hotel do último dia era em local diferente do da chegada. O trem é mais confortável, mas nada tenho a reclamar do ônibus.

Dá para se virar com inglês? Bem pouco. Em vários lugares as pessoas não falam inglês, mesmo em locais como guichês de venda de passagem nas estações de trem. Desse modo, use a mímica, que é funcional e mais difundida mundialmente do que o Esperanto.





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