Visitar a
Polônia era um sonho antigo que sempre foi alimentado pela vontade de ver de
perto um país que viveu uma história tão difícil. Além disso, meu casamento com
um argentino/polonês está registrado em Varsóvia, consequentemente sempre achava meio que obrigatório ir até lá.
Antes de ir
buscamos referências sobre os ancestrais poloneses do Marcelo e descobrimos
coisas interessantes (e tristes) sobre a família e sobre o próprio país.
A Polônia
já passou por tantas mudanças territoriais que inclusive já chegou a sumir do mapa,
ou seja, deixou de ser um país independente, perdendo território para os países vizinhos com
quem viveu disputas constantes.
Esse interessante vídeo do youtube ilustra bem como foram as mudanças territoriais na Polonia ao longo
dos tempos:
A história de vida "del abuelo" Julian Lejczak retrata um pouco da confusão geográfica da Polônia. Julian nasceu na cidade de Łoszniów, região de Galicia, em 1904 (nesta época era território polonês). A região de Galicia pertenceu ao império austro-húngaro, depois à Polônia, foi dividida entre União Soviética e Alemanha durante a Segunda Guerra, e com a dissolução do bloco soviético passou a fazer parte da Ucrânia, estando assim até hoje. A cidade onde nasceu "el abuelo" antes Łoszniów, hoje tem o nome de Loshniv.
Com relação ao passado mais recente da Polônia, aí já é uma história mais conhecida de todos nós.
Em 1º de setembro de 1939 Hitler invade o país, entrando pela península de Westerplatte, na cidade portuária de
Gdansk, ao norte. No dia 17 do mesmo mês a União Soviética também declara
guerra à Polônia e a invade pelo seu lado leste. Em 10 de setembro as tropas
alemãs já estavam na capital Varsóvia.
À partir daí seguem-se 5 anos de
dominação nazista, com perseguição a policiais, políticos e intelectuais
poloneses, e sobretudo, perseguição aos judeus da Polônia, que à época era o
país com a maior população judia do mundo.
Ao final da guerra, em 1945, a União
Soviética, sob comando de Stalin, paga de salvadora da pátria deixando entender que estava tirando a
Polônia das mãos dos nazismo. No entanto, inicia um dos regimes mais
opressores e também sangrentos do mundo, deixando esse país sob o domínio comunista por mais de quatro décadas.
É essa história que fascina muita gente
que vai à Polônia, país palco de disputas infindáveis e que renasceu
literalmente das cinzas.
É essa história aliada ao fato de estar
na terra do "abuelo" Julian, que me fez tão feliz ao comprar o bilhete
caridosamente barato de ida e volta Madrid-Warszawa, pela Norwegian Airlines.
A nossa viagem compreendeu somente 3
cidades: Varsóvia, Gdansk e Cracóvia, além de uma ida ao campo de concentração de Oswiecim, mais conhecido com Auschwitz.
Quem lê este blog sabe que prefiro fincar os pés no lugar do que ficar
pulando de cidade em cidade. Nove
noites, portanto, me pareceram suficientes para serem divididas entre somente 3
cidades e foi o que fizemos.
A capital Varsóvia teria que ser
incluída por motivos óbvios e porque o vôo de ida e volta era por lá.
Cracóvia é a queridinha dos turistas
que vão à Polônia e, portanto, foi incluída.
Por fim, mesmo achando que ir até Gdansk, ao norte do país, era um
deslocamento meio maluco, decidimos ir por conta da sua história (cidade onde
iniciou-se a Segunda Guerra e posteriormente cidade palco do movimento
Solidarnorsc, que daria início ao fim do bloco comunista do leste europeu) e sua conhecida beleza. E recomendo fortemente a todo mundo que for à Polônia não deixar
de ver Gdansk.
Os deslocamentos internos foram feitos
de trem, que comprados com antecedência de uns 20 dias ofereciam bilhetes a
preços muito bons para viagens de 3 horas de duração, cerca de 10 a 20 Euros
cada trecho.
Os trens poloneses são bem confortáveis
e oferecem um serviço que particularmente nunca vi na Europa: água, café, suco e
um chicletinho grátis (você não precisa deslocar-se para receber, eles passam
servindo! E depois ainda passam recolhendo o lixo que ficou!), além de revista
de bordo. E claro, tem vagão restaurante com mais uma gama de coisas para serem
consumidas.
Do aeroporto de Varsóvia para o centro
você tem opção de ônibus de linha que custa 5 Zlots (moeda local) ou trem
(super rápido e confortável) que custa 4,40 Zlots. E, claro, taxi, que não sei
quanto custa.
A depender de onde está seu hotel pode
ser mais conveniente o trem ou o ônibus. Ao chegarmos tomamos o ônibus e na
saída o trem, já que o hotel do último dia era em local diferente do da chegada. O trem é mais
confortável, mas nada tenho a reclamar do ônibus.
Dá para se virar com inglês? Bem pouco.
Em vários lugares as pessoas não falam inglês, mesmo em locais como guichês de
venda de passagem nas estações de trem. Desse modo, use a mímica, que é funcional e mais
difundida mundialmente do que o Esperanto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário