terça-feira, 26 de maio de 2015

BUITRAGO DE LOZOYA

Buitrago de Lozoya fica a 75 km de Madrid e é uma das cidades que se pode conhecer em um dia fazendo um bate e volta, caso você esteja na capital espanhola.
O ônibus que vai para Buitrago (1:50h de viagem) sai do Intercambiador Plaza de Castilla, onde se chega facilmente com o metrô da Linha 1.

A pequena cidade, com seus menos de 2000 habitantes, é famosa por sua muralha que data do século XI ou XII e que se encontra íntegra desde a sua construção. A muralha não se sabe exatamente se foi levantada pelos muçulmanos ou pelos cristãos nos primeiros momentos da Reconquista, visto que as muralhas cristãs da época estavam profundamente influenciadas pela arquittrura muçulmana.
Como o local onde está Buitrago é rodeado pelo Rio Lozoya (que lhe servia de fosso natural) e como sua posição era estratégica para saída pelas rodovias, a cidade foi murada com o fim de ser defendida contra invasões.
Em sua história Buitrago leva marcas importantes por ter servido de residência a um importante marquês, o Marquês de Santillana que aí construiu seu castelo, e posteriormente por ter sido invadida e bastante destruída pelas tropas de Napoleão. Ademais, durante a Guerra Civil foram destruídas importantes igrejas locais além do Hospital de San Salvador.



Nos programamos para chegar em Buitrago por volta das 12:30h, andaríamos um pouco, almoçaríamos e depois andaríamos mais. Porém, meu conselho a quem vai para qualquer cidade espanhola em bate e volta é não ir neste horário, pois pegará justamente a hora da siesta.

Os principais pontos a serem visitados na cidade são: seu centro histórico com a muralha, o castelo, a igreja Santa Maria del Castillo e o Museu Picasso.
A este horário das 13:30 até as 16:00 tudo está fechado para a siesta. Então, melhor ter cuidado com a hora que vai ou a viagem pode ser frustrante.

Assim, com igreja fechada, acesso à plaza de toros e à parte alta da muralha fechados e castelo fechado, o que fizemos foi andar por fora dos monumentos e ir ao Museu Picasso.


pracinha em Buitrago

muralha

Iglesia de Santa Maria Del Castillo

torres do castelo ao fundo

Museu Picasso

E por que em Buitrago há um Museu Picasso?

O museu alberga a coleção que Picasso presenteou a Eugenio Arias, cabeleireiro espanhol, nascido em Buitrago, e que foi grande amigo de Picasso. Os dois se conheceram em Toulouse. Posteriormente Picasso instalou-se em Vallauris (França) onde também vivia Arias, que logo converteu-se em seu cabeleireiro, amigo fiel e confidente. O que os unia eram suas idéias políticas (ambos membros do partido comunista), seu amor por Espanha e pelos touros, além de um respeito e confiança tremendos.

Arias dizia antes de morrer (morreu aos 98 anos) que o museu Picasso de Buitrago era único no mundo por ser um museu dedicado ao mesmo tempo à arte e à amizade.

A coleção do museu mostra o amor de Picasso e Arias pela paz e pela justiça social, pelo mundo taurino e pela Espanha.

O pequeno museu é uma pérola por trazer aos nossos olhos obras inéditas que estão impregnadas pelo amor e lealdade entre dois amigos. 

O museu está aberto de terça a sexta das 11:00 às 13:45 e das 16:00 às 18:00, sábado de 10:00 às 14:00 e 16:00 às 18:00 e domingo das 10:00 às 14:00. A entrada é gratuita.
Quando fomos ainda vimos na Sala de Exposições Municipal uma exposição com peças de vestuário desenhadas por Picasso para o espetáculo El Sombrero de Tres Picos. Uma preciosidade.

retrato de Jacqueline, presente para Arias     


retrato da mãe de Arias, feito motivado pela petição de anistia para os espanhóis presos



segunda-feira, 25 de maio de 2015

Valência

Fomos de Madrid para Valência de trem no mês de abril/2015.

A viagem dura 1:40 h com trem rápido (AVE) e, comprando com antecedência, pode-se conseguir bilhetes de ida e volta por cerca de 55 Euros.


Valência é a capital da Comunidad Valenciana, uma das 17 comunidades autônomas da Espanha. Hoje tem cerca de 800.000 habitantes e é a terceira maior cidade da Espanha. Foi fundada em 138 a.C pelos romanos, ficou posteriormente sob domínio muçulmano (cuja influência cultural é vista até hoje), sendo reconquistada pelos cristãos no século XIII.

A língua falada em Valência, o valencià, segue uma polêmica quanto ao fato de ser ou não uma língua própria ou um dialeto derivado do catalão. Obviamente que a maioria dos locais a querem como língua própria, mas conversei com um estudioso de línguas nascido em Valência cuja opinião é de que a língua é um catalão modificado, ou poder-se-ía dizer, um dialeto; fiquei convencida da sua versão.

Ficamos numa pensão não muito recomendável que fica a uns 500 metros da estação de trem e daí caminhamos por todo o centro da cidade.

detalhes do teto e parede da estação de trem

estação de trem de Valência

Ficar no Centro Histórico e próximo à estação de trem é quase sempre garantia de estar num lugar perfeito para o deslocamento em qualquer cidade. Se você não tem muito tempo de pesquisar bons bairros para hospedar-se a minha dica é que escolha algo entre o centro e a estação de trem. A chance de equívoco é bem pequena.

O Centro Histórico de Valência chama-se Barrio El Carmen.
É aí onde estão as igrejas antigas, a bela Plaça de l'Ajuntament (praça da prefeitura) com seu entorno e a Catedral com seus mais de mil anos de história (como a Catedral de Madrid e várias outras igrejas do país, a catedral de Valência está no lugar do que antigamente foi uma mesquita, construída na época da invasão árabe).

Plaça de l'Ajuntament

Parede lateral da Iglesia Santa Catalina

praça ao fundo da catedral

No Barrio Del Carmen estão também o Palau del Marqués de Dos Águas, edifício barroco que alberga o Museu Nacional de Cerâmica, e a Plaza de la Reina, com prédios de bela arquiteura e vários restaurantes ao seu redor.

Aliás, a arquitetura e conservação dos prédios de Valência me impressionaram. A vontade era de andar pela cidade somente olhando para cima.




Ainda no centro é importante visitar a Plaça Redona, cujos prédios ao seu redor formam um "buraco" na paisagem da cidade. A lástima é que hoje ela esteja tomada por barraquinhas de souvenirs que impedem de ver a praça como realmente ela é. Mas o local sempre foi de comércio, ou seja, as barraquinhas não são novidades, creio que deveriam ser em menor quantidade antes ou que ficavam aí em algumas horas do dia quando os produtos eram comercializados e não permanentemente como agora.

plaça redona vista de cima, sem as barraquinhas (foto antiga)

La Llotja de Mercaders, edifício onde acontecia o comércio da cidade, é hoje Patrimônio Mundial da Humanidade, nomeado pela UNESCO, e é considerado um dos mais belos exemplos da arquitetura gótica da cidade. Sua construção foi iniciada em 1493, terminando em 1548 e o prédio mostra a evolução do comércio na Idade Média até os dias de grande prosperidade e desenvolvimento da burguesia valenciana.


«Lonja de la Seda de Valencia» foto de Emilio García from Parla, Spain

Falar em prosperidade e burguesia, a cidade me pareceu bem nariz empinado se comparada à capital  Madrid. A começar pelos preços que lá são um pouco mais salgados, passando pelas lojas, restaurantes e bares mais, digamos, chiques e estilo (argh) lounge.


Eu havia lido sobre o Mercado Central (Mercat Central) antes de ir. O local tem uma arquitetura fantástica e lá dentro você compra todas as maravilhas da culinária espanhola. Porém, para consumo aí dentro só existe um bar, muito legal por sinal, com serviço feito diretamente no balcão.





Mas andando pelas ruas tivemos a surpresa de nos bater com um outro mercado, também de arquitetura impressionante, de estilo modernista, inclusive lembrando as obras de Gaudí. Aí dentro há diversos locais de consumo, como bares restaurantes e locais estilo (argh) lounge. O preço não é que seja caro, mas nada a ver com os precinhos camaradas de Madrid... e seus frequentadores aparentemente gostam de lugares "seletos".




Duas iguarias devem ser provadas em Valência: a famosa paella valenciana, que não leva frutos do mar, e a horchata, deliciosa bebida feita de chufas (um tipo de noz) que em geral se toma acompanhada de um farton (uma espécie de pão doce).
Há diversas horchaterias espalhadas pela cidade.


Por fim, vou falar da Ciudad de las Arts y las Ciências, ambicioso projeto de Santiago Calatrava e Felix Candela, construído no antigo leito do rio Turia (este rio foi responsável por uma destruídora enchente em 1957, tendo posteriormente seu leito desviado para evitar maiores catástrofes) e que abriga os seguintes edifícios: L'Hemisferic (sala de projeção IMAX e planetário), Museo de Las Ciencias Príncipe Felipe, Umbracle (jardim com espécies autóctonas), Oceanográfic, Ágora (área onde acontecem congressos, convenções, exposições) e o Palacio de Las Artes Reina Sofia (teatro e ópera).

O conjunto arquitetônico é tão absurdamente impressionate que fomos duas vezes no mesmo dia. Ao chegar lá de dia pensei que não poderia deixar de vê-lo com as luzes acesas; e foi o que fizemos.

Fiquei ali imaginando o quento se gastou (e o quanto pode ter sido roubado e super faturado) para fazer uma obra tão megalomaníaca.

Fiquem com as fotos do local:

vista aérea do complexo (foto do wikipedia)


Ágora

L'Hemisferic com Palácio de Las Artes ao fundo

Museo de Las Ciencias
Quando fomos, o Palácio de Las Artes Reina Sofia estava em reforma e estava assim:

Podem imaginar o que estão fazendo nessas paredes? Colocando pastilhinha por pastilhinha branca. Sim, boa parte do complexo é feito de pastilhas. Dá para ver no detalhe aqui:

 


 Outra coisa que não pode faltar em Valência é um passeio pela beira do rio e suas pontes.



sexta-feira, 15 de maio de 2015

Bate e Volta Dubrovnik a Mostar

Como tínhamos 4 dias em Dubrovnik decidimos passar um dia fora e a grande dúvida era se iríamos para Montenegro ou para a Bósnia-Herzegovina.

Na verdade, sempre quis conhecer a Bósnia, mas andando por Dubrovnik você vê tantas ofertas de excursão com fotos tão maravilhosas da baía de Montenegro, que passamos dois dias para decidir qual dos dois países conhecer.

Ao fim, decidimos pela Bósnia dando preferência à minha vontade antiga de conhecê-la.


A Bósnia-Herzegovina, com capital em Sarajevo, tem como forma de governo um parlamento bicameral e encontra-se dividida em duas federações administrativamente independentes, a Federação de Bósnia-Herzegovina (Federacija Bosne i Hecegovine) e a República Sérvia (Republika Srpska).


O bate e volta saindo de Dubrovnik pode ser feito de carro, e acho que deve ser mais legal por conta de ir parando onde quiser, mas a excursão (afff, que medo de excursão) era mais viável economicamente.
Apesar de eu ter pânico de excursão, fomos dessa maneira porque o passeio era com uma van e não com um ônibus. Assim, ao invés de 35 pessoas felizes e amigas para sempre (para mim é essa a cara de quem vai em excursão) teríamos umas 6 a 8 pessoas felizes e amigas para sempre (bem melhor e menos arriscado).

O fato é que excursão É excursão!!!
As 7 pessoas que foram (incluindo eu e o Marcelo) nem foram assim tão "felizes e amigas para sempre", mas a guia era um pé no saco que valia por um ônibus de 40 pessoas. A mulher não parava de falar na ida explicando coisas nem tão úteis assim sobre o que íamos ver e continuou falando sem parar na volta, quando já não tinha mais o que explicar. Até a hora de dormir eu ainda estava com a voz dela ecoando e alvoroçando meus pobres neurônios.

Mas, apesar da guia, o bate e volta valeu a pena.
A viagem de Dubrovnik para Mostar, na Bósnia-Herzegovina, demora cerca de 2:20 h (de van) e o passeio custou em torno de 40 Euros (cada um).

A Bósnia tem uma relação territorial interessante com a Croácia.
Após a guerra da Iugoslávia, houve um acerto entre os dois países e a Croácia cedeu um pedaço do seu território costeiro para que a Bósnia tivesse saída par ao mar. Assim sendo, pode-se ver no mapa que na cidade de Neum há um corte no mapa da Croácia e o território dessa região passa a ser bósnio.


O caminho que fizemos percorre quase todo o tempo o litoral croata que é absolutamente estonteante. A primeira parada é em Neum, que como já disse é na Bósnia, e onde eu pensava que haveria um porto, visto ser a única saída que o país tem para o mar, mas na verdade Neum é um balneário com resorts. Li que não há porto aí porque as estradas que correm para o interior da Bósnia não são suficientemente boas.

Neum

Depois de Neum fizemos uma parada em Pocitelj, pequena cidade muçulmana que data do século XV, onde se pode visitar uma mesquita, exceto se for verão e você estiver com roupas inadequadas para tal. Entrei porque estava com meia calça embaixo da saia e porque tinha levado na bolsa uma pashimina que pude usar para cobrir a cabeça.




Daí seguimos para Mostar.
Mas antes disso preciso contar como é a saga de passaportes e paradas em postos de fiscalização.

Vejam bem, já sei que estou falando novamente mas é preciso enfatizar, há um pedaço de terra bósnia na costa da Croácia. Então, se saímos da Croácia pela costa quer dizer que entramos em território bósnio ao chegar em Neum, também conhecido como, temos que passar pela polícia de fronteira e mostrar o passaporte. Daí seguimos pela costa e saímos da Bósnia (polícia de fronteira + passaporte) entrando de novo na Croácia (polícia de fronteira + passaporte), continuamos pela costa da Croácia e, deixando esse país para trás (polícia de fronteira + passaporte) entramos para o interior da Bósnia (polícia de fronteira + passaporte). Sim, melhor ficar logo com o passaporte na mão durante toda a viagem. No caminho de volta tem a saga ao contrário.
Mas, pelo menos no nosso grupo, não houve exigência nenhuma quanto aos passaportes e fiquei feliz porque ganhei carimbo bósnio  ;)

Mostar é famosa pela sua emblemática ponte sobre o Rio Neretva que sempre uniu os lados muçulmano e cristão da cidade. A ponte velha (Stari Most) foi construída no século XVI, destruída em novembro de 1993 na guerra da Bósnia e reconstruída e reaberta em 2004.




A cidade é muito pequena e fazia um calor infernal no dia que fomos, além disso tínhamos somente 2 horas lá até voltar para a van da excursão, o que é pouco tempo para explorar o lugar e ainda comer algo.

Andamos pelas ruazinhas turísticas de souvenirs do centrinho, comemos um Ćevapčići que já tínhamos comido em Dubrovnik, mas o bósnio estava melhor e logo voltamos para a van para fazer o caminho de volta para a Croácia.




Mas Mostar não é só a beleza do seu centrinho antigo e da sua ponte que é orgulho da cidade e patrimônio da UNESCO. Mostar ainda tem marcas da guerra por todos os lados, tem gente pedindo comida e dinheiro nas ruas, tem no ar um resquício de que foi massacrada e não conseguiu ainda recuperar-se.

marcas da guerra



Ao final das conta, decidindo pela Bósnia, fiquei com vontade de conhecer um pouco mais desse país e sua da história pré e pós guerra, fiquei com mais vontade ainda de ir para Sarajevo e, claro, como Montenegro foi preterido, passou a figurar na minha wish list de países a visitar.






quinta-feira, 14 de maio de 2015

Dubrovnik

Estamos em maio de 2015 e há 3 meses e 20 dias vivendo em Madrid.
A idéia de aproveitar a cidade enquanto não tenho nada concreto para fazer sempre me encantou e continua me encantando. Mas a coceirinha para viajar sempre vem.

Nesses três meses e meio fui para Londres encontrar minha irmã, para Valência, realizamos o sonho de conhecer a Polônia e, por culpa da maravilhosa Norwegian Airlines (que tem ofertas de passagens impressionantes e wi-fi durante o vôo, o que é simplesmente relaxante para quem voa tenso) fomos semana passada para Dubrovnik.


A vontade sempre foi de andar pela Croácia inteira, mas o "budget" atual não permite alugar carro nem muitos deslocamentos. Então, foram 4 dias em Dubrovnik, com um bate e volta até a Bósnia.

Dubrovnik (seu primeiro nome era Ragusa) foi fundada no século VII com a junção das cidades de Laus e Dubrava (um assentamento eslavo).
Hoje um dos pontos mais visitados por turistas na Europa, a cidade já esteve sob domínio de vários povos e impérios (impérios otomano e bizantino, sob domínio de Veneza e também de Napoleão), além de ter sofrido bastante com um terremoto em 1667, com a Segunda Guerra Mundial e com a guerra decorrente da dissolução da antiga Iugoslávia, país do qual fazia parte.
Hoje, tudo isso é passado (ainda que a guerra Iugoslava faça parte de um passado muito recente) e a bela cidade, conhecida com a Pérola do Adriático, encanta desde o pouso do avião até a sua partida.

Dubrovnik vista da janela do avião, minutos antes do pouso


Famosa por suas muralhas, sobre as quais se pode caminhar, Dubrovnik junta praia, bares e restaurantes moderninhos e o mundo de história que já passou pelas ruas do seu centro antigo.

Logo na entrada da cidade antiga vemos a principal porta da fortaleza medieval, a Porta de Pile, que será referência para sua chegada do aeroporto, para ida a alguma excursão e para uma das entradas para a muralha.

Próximo à porta de Pile, existe uma fonte que data do século XV e foi construída como parte do sistema de abastecimento de água na cidade. Sua água é potável. Falo da fonte de Onófrio.

Saindo da fonte em direção ao restante da cidade está a Stradum (ou Placa) que é a principal rua da cidade antiga e une as portas de Pile e Ploçe. Esta rua, feita de calcário polido pelo tempo de uso, brilha mesmo durante o dia e torna-se irresistivelmente bela à noite.



arredores da Porta Ploče

Ainda na região da Stradum estão o Palácio dos Reitores (antiga residência oficial do reitor, que era a autoridade máxima da república), o Palácio Sponza (que no passado foi sede de escritórios estatais) e a Farmácia Medieval (Stara Ljekarna) que continua em funcionamento.

Além disso, há muitas igrejas e pracinhas em Dubrovnik.
Em alguns momentos a cidade lembra Veneza, por suas ruelas que se abrem em praças (hoje obviamente tomadas por bares e restaurantes).

Sim, a cidade é muuuito turística. Relaxe e prepare-se para ser mais um deles.
Mas há pracinhas menos povoadas, só que, fui na Primavera, e pela quantidade de gente que vi não quero imaginar o que é a cidade em pleno verão.

Também é bom ter em conta que para ir para Dubrovnik é importante ter pernas e joelhos preparados. A cidade é repleta de escadarias que a deixam especialmente charmosa, mas cansam.




Nós, por exemplo, ficamos em um apartamento alugado pelo Airbnb que era no topo da rua, contei cerca de 120 degraus para chegar em casa. Cansei? Sim, é cansativo, mas Dubrovnik é delirantemente linda, o que faz com que cada degrau valha a pena.

Que dizer de subir a Fortaleza Lovrijenac e ter essa vista?




Essa fortaleza é impressionante e dizem ter sido construída em apenas 3 meses. A inscrição em latim que está na entrada principal é um dos lemas da cidade: "Non bene pro toto libertas venditur auro" (a liberdade não se vende nem por todo o ouro do mundo). No seu interior há apresentações de clássicos do teatro com Hamlet, além disso serve de cenário para a série Game of Thrones.

Fortaleza Lovrijenac

O ingresso para a Fortaleza Lovrijenac é agregado ao ingresso das muralhas e custa 100 kuna, a moeda croata (em maio/2015 1 euro = 7,35 unas). Tanto você pode comprar o ingresso para a muralha e com o mesmo ingresso ir na fortaleza, como pode comprar o ingresso da fortaleza por 30 kunas e pagar mais 70 ao subir nas muralhas. Não aconselho fazer os dois no mesmo dia, a não ser que seu fôlego seja de atleta. Nós fomos primeiro na fortaleza e no dia seguinte à muralha. E andando por essa última o que se vê é nada mais nada menos que isso aqui:



 Nessas duas fotos vemos uma das "praias" que ficam nas encostas da muralha.


Dubrovnik não é uma cidade barata. Hospedar-se na cidade antiga pode custar uma fortuna (nosso apartamento custou 47 euros a diária, foi um achado). Comer por menos de 10 a 12 euros um prato também é bem difícil, mas mesmo com orçamento apertado sempre há soluções: pizzas, sanduíches, crepes.

Comemos uma dia num lugar mais legal, e consequentemente mais caro que uma pizza, porque lendo um blog vi indicação de um restaurante bósnio com ótima comida. O restaurante é o Taj Mahal (sim, é bósnio, creia) e o que comi foi a especialidade da casa, uma massa folhada muito fininha e crocante recheada com carne e champignon, acompanhada por uma batata com um molho de queijo. Tomamos cerveja bósnia, claro!
Taj Mahal no tripadvisor




Neste que foi o primeiro dia da viagem ainda não sabíamos se iríamos passar um dia na Bósnia ou em Montenegro, então por via das dúvidas comemos a comida bósnia que me gerava tanta curiosidade. O Marcelo comeu o que é mais típico do país que é o Ćevapčići, pedaços de carne em formato de salsicha (lembra kafta) servidos dentro de um pão tipo pita, acompanhado com cebola e uma manteiga meio suflê. Depois de dois dias repetimos esse prato na nossa ida à Bósnia, mas isso é assunto para o próximo post.

Saindo pelo portão principal, o Portão Pile, fica fácil de achar o ponto de onde saem ônibus municipais em direção ao restante da cidade. O mapa de linhas fica aí no ponto e o quiosque onde vende o bilhete também é facinho de achar. É um passeio mais do que recomendado para conhecer o restante da cidade e não somente a cidade antiga. Nós fomos de um lado a outro e vimos uma cidade muito organizada, sem prédios altos, limpa e que dá a sensação de ser bem segura.

vista do ônibus ao ir chegando em Dubrovnik
foto do porto e da ponte que peguei da internet (não é minha)

O fato é que amei Dubrovnik e deixo aqui algumas diquinhas úteis de viagem:

- se for de avião direto para o aeroporto de Dubrovnik e não para outra cidade da Croácia, tente sentar-se do lado esquerdo para ter a vista da segunda foto do post na hora do pouso

- o mesmo serve para o ônibus que leva do aeroporto ao centro da cidade; falar em ônibus, eles ficam estacionados logo à saída do saguão do aeroporto do seu lado direito. O bilhete você compra com o motorista e custa 70 kunas ida e volta. O ônibus te deixa no Portão Pile (para quem vai à cidade antiga) ou na rodoviária (para quem vai ficar perto do porto). Porém o lugar de saída com destino ao aeroporto não é o mesmo. A saída é do ponto de ônibus que fica ao lado da estação do teleférico (falar em teleférico... não fomos).