quinta-feira, 30 de junho de 2011

comidas, bodegons e delícias de buenos aires (junho/2011)

Cinco dias em Buenos Aires e novos locais para repetir a dose na próxima viagem:

- Sagardi Euskal Taberna (Calle Humberto Primo, 319 / bem próximo à Pz Dorrego em San Telmo):
www.sagardi.com.ar

Um bar com os pintxos característicos da cozinha basca. Pode-se escolher entre sentar-se na barra (balcão) ou numa enorme mesa comunitária que fica no meio do salão. No local há também restaurante, mas não conhecemos, ficamos somente com os deliciosos pintxos. O vinho se serve em garrafa ou por taça. Cada pintxo custa 10 pesos, você os come e guarda cada palitinho que comeu, ao final se paga de acordo com o número de palitos.




- Cafe de La Poesia (Calle Chile, 502 / San Telmo):
Em 1998 foi criada a "Comisión de protección y promoción de los cafés, bares, billares y confiterías notables". Segundo o artigo 2 da lei, "cafe notable" é aquele que tem valor patrimonial próprio por estar relacionado com feitos culturais, por sua antiguidade, desenho arquitetônico ou relevância local.
E aqui está um ótimo exmplo dentro dos 53 "notables" de B. Aires.
Comida característica com picadas, minutas e parrilla.
É também um café literário, onde por vezes acontecem apresentações e leituras de poesia (que por sorte neste dia não tinha ou eu não teria entrado para conhecer, hehe).





- Bar Seddon (Calle Defensa, 695 / San Telmo):
Um autêntico bar portenho. Linda casa, pé direito bem alto, chão de cerâmica preto e branco e uma linda e enorme máquina registradora bem antiga no balcão.  Também faz parte do grupo dos "notables".


- El Viejo Teodoro (Arenales, 1424 / Recoleta):
Outro típico bodegon, este mais restaurante que bar. Comemos provoleta, verduras a la parrilla (estavam deliciosas) e um suculento pedaço de Entraña (corte de carne típico), além de vinho Malbec, claro.

- El Cuartito (Talcahuano, 937 / Recoleta):
Tá difícil de encontrar uma pizza melhor do que a do Cuartito em Buenos Aires. Meudeusdocéu! O local funciona desde 1934 e é concorrido até hoje. Culpa das deliciosas pizzas. Dos três sabores que comemos (fugazzeta, jamon y morrones e napolitana) a fugazzeta (cebola bem queimadinha e muito muito queijo) é imbatível. Mas, depois de estar com o estômago até as tampas (a pizza é suculenta e com massa grossa) vi na mesa do vizinho a pizza mais linda do mundo, perguntei ao garçon e ele me disse que era a da casa, a El Cuartito. Vai ficar para a próxima.

- El Claustro (San Martin, 705 / Microcentro):
Dentro do convento de Santa Catalina, cujo prédio é monumento histórico nacional, há um restaurante calmo e com comida boa. Além de conhecer a igreja que fica ao lado do convento e passear pelos seus silenciosos (e frios) corredores pode-se comer bem e com ótimo atendimento (para mim coisa rara em Buenos Aires). Vale à pena.
Ao lado do restaurante há uma casa de doces e tortas chamada "Como en Casa". Deixamos para comer a sobremesa neste lugar, mas nos arrependemos. A tortinha de chocolate com dulce de leche estava boa, mas o atendimento não era lá essas coisas e o café foi servido num copinho de papelão. Preferia ter ficado mais uns minutos no restaurante e ter aproveitado a atmosfera do lugar.

- Cafe El Gato Negro (Corrientes, 1669/ Centro):
www.elgatonegronet.com.ar
Que lugar com aromas embriagantes... O Gato Negro é ao mesmo tempo café e local de venda de especiarias as mais variadas possíveis. E o cheiro delas impregna o lugar. A variedade de chás também é absurda. Tomei o de arandanos com manzana, delicioso. As latinhas coloridas com o desenho do gato estão lá à venda. Impossível resistir.






- Teasopholy (Av Alvear, 1883 dentro da Galeria Promenade):
Uma loja de chás de grife onde se pode comprar a granel ou tomar aí numa pequena praça um dos seus múltiplos sabores. Tomamos Apple Chai e My Patagony. O ambiente é bem fresco (fresco de frescura, não de arejado) com o povo a la Recoleta dando o ar da graça... e o chá do El Gato Negro era melhor.

- Bellagamba (Av Rivadavia, 2183):
O Bellagamba é tudo: restaurante, boteco, música alta, gente de todas as tribos.
O lugar é bem inusitado. Lá você mesmo pega sua cerva na geladeira e se serve numa bancada onde estão as empanadas e pratos prontos; põe o que escolheu no microondas e vai no balcão pagar. Muito bacana e animado. Além disso, tem uma jukebox com musiquinhas a 1 peso e o mais interessante, as mesas são as antigas mesas de máquinas de costura Singer. Sensacional.

Lugares onde não fomos:

- Guerrin: pizzaria tradicionalíssima na Corrientes, 1932. Não aceitava cartão de crédito e não tínhamos dinheiro suficiente. Aliás, prá pagar qualquer continha para dois em Buenos Aires com comida e vinho tem que ter programado um gasto de 120 a 150 pesos. E muitos lugares não estão aceitando cartão de crédito.

- Cafe San Juan: ótimo bistrô na Av San Juan em San Telmo. Fui lá em outra viagem e adorei a comida e o ambiente. No entanto, o aumento do preço dos pratos me assustou um pouco desta vez. Uma entrada esté em torno de 30 e um prato em torno de 80 pesos. Ainda tem que contar o vinho e a sobremesa. E... não aceita cartão de crédito... achei uma afronta...

Lugar que não sei o nome:

- Ao lado do famoso restaurante de parrilla Cabrera, na calle de mesmo nome em Palermo, tem um bar para onde são levados os comensais que estão esperando mesa para ir ao tal Cabrera. A hostess do restaurante fica lá passeando pelas mesas do bar e chamando os candidatos a comer uma boa carne (assim dizem do Cabrera). Bom, o bar é ótimo, despojado, com ótimos belisquetes e vinho a preço honesto. Achei um ambiente bem divertido e, nem que tivesse mesa sobrando no Cabrera eu gostaria de ter mudado de local naquela noite.





sábado, 18 de junho de 2011

comer e beber em istanbul (abril/2011)

Uma das coisas que Istanbul tem de melhor é o aroma e o sabor da sua comida, que, juntamente com o cheiro deo sanduiche de peixe, fica devidamente impregnando os ares da cidade.

As famosas "mezes" (entradas) são tão variadas e coloridas que acionam os comandos cerebrais da fome e da gula e cumprem sua função de delícia ao chegarem na boca. A maioria dos restaurantes e bares serve uma sequência de mezes, que muitas vezes fica difícil seguir adiante e ir para o prato principal.

Como a cidade é toda banhada por água não faltam também peixes e frutos do mar. Os restaurantes desta especialidade são chamados de "balik restaurant (restaurantes de peixe)" e uma região onde há vários balik restaurants é Kumkapi, área da cidade que fica à beira do Mar de Mármara.
(Indo até Kumkapi aproveite para visitar a Kuçuk Ayasofya que fica aí próximo)

Outra especialidade local é a "pide" ou  pizza turca, que tem recheios os mais variados e lembra uma grande esfiha aberta.

E, o mais querido de todos, que está por todos os cantos da cidade, o famoso "kebap". Este pode ser comido na rua ou nos restaurantes, onde é servido no prato. O kebab (para eles é kebap) é composto por carne, legumes, pimenta, molho de tomate e/ou molho de iogurte e pão pita. Ás vezes vem também com batata frita (inclusive no formato sanduiche onde colocam batata frita dentro do pão). Não cheguei a pedir um kebab de rua (aquele famoso churrasco grego), mas o Marcelo pediu vários e, mesmo com medo de passar mal, sempre comia uns pedacinhos do dele. Delícia!

Ao fim de qualquer refeição o que queremos? A sobremesa. E é de uma variedade inimaginável aquelas vitrines de doces de Istanbul. Doces com mel, com pistache, com nozes, com amêndoas. O difícil é escolher o que se vai comer. Eu sempre pedia algo que tivesse pistache e chocolate; mistura sensacional.

Quanto às bebidas.
Os turcos bebem chá o dia todo e a toda hora. E você também vai beber, especialmente o "apple tea", que você vai beber no hotel, nas casas de chá, nas lojas do Grand Bazar, no barco enquanto navega pelo Bósforo, ou seja, em toda parte. Você vai beber, vai comprar para trazer para casa e para dar de presente aos amigos.

As cervejas turcas.
A Efes domina em quase todos os bares e restaurantese eu a achei muito saborosa e na medida certa, nem leve demais, nem pesada.

Mas o que mais me impressionou foram os vinhos. Pouco conhecedora que sou não imaginei que os vinhos turcos fossem tão bons. Fiquei encantada com uma uva que recomendo a quem gosta da bebida, chama-se Öküzgözü.

Aí vai a lista dos lugares onde fomos comer e nos divertir e os quais recomendamos:

- Terraço do Hotel Seven Hills (em Sultanahmet): fica entre e Mesquita Azul e a Aya Sofya. Além da  vista deslumbrante das duas mesquitas ainda tem vista para o Bósforo. O horário ideal para estar aí é à noite, bem na hora em que as mesquitas chamam para as orações. Impressionante e inesquecível!
- Rumeli Cafe: restaurante muito agradável com pratos turcos e otomanos (fica  na Divanyolu Caddesi, Ticarethane Sokak 8).
- Safir Terras: tem um ótimo kebap e ótimo atendimento. A vista é bonita, mas não tanto quanto a do Seven Hills (fica próximo ao Rumeli Cafe)
- Bares em Ortaköy: para ter a belíssima visão do pilar ocidental da Ponte do Bósforo e da Mesquita Barroca.
- No quesito trash-food: comer sanduiche de peixe com bastante cebola e pickles em Eminonu, além de um bom kebap de rua que vai ser encontrado em todas as esquinas.
- Para ouvir música, beber, ver gente e se divertir:
* bares nas "Pasaji" que são ruas perpendiculares à Istklal Cadesi: frequentados por turcos enchendo a cara de raki (licor derivado da uva e com sabor de anis, semelhante ao arak); alguns com música turca ao vivo que me soava como uma encantadora música brega local.
* Just Bar: bar de "rock das antigas" em Sultanahmet. Animado. Cheio de turistas. Fomos lá em 4 das 7 noites, em todas elas ficamos no balcão observando o movimento dos clientes e dos barmen.
* Bedahane: bar com show de ótima música cigana ao vivo (e na faixa) em Taksim, próximo à Tünel Meydane (praça do Tunel).
* os variados bares aí da região da Tünel Meydane: tem para todos os gostos, bar de turista, bar de blues, bar fashion, e tralalá...

segunda-feira, 6 de junho de 2011

istanbul - encantadoramente caótica

Quando decidi fazer este blog pensei em escrever em ordem cronológica todas as viagens que já fiz. Por isso comecei com Buenos Aires, que foi minha primeira viagem internacional e prá onde já voltei várias vezes. No entanto, pensei bem e achei melhor escrever agora sobre a última viagem, já que foi há 2 meses e tudo ainda está muito presente na minha cabeça.


O roteiro foi Viena - Bratislava - Budapest - Istanbul.


Comecemos por esta última.


Istanbul é a cidade mais visitada da Turquia. A capital do país é Ankara, mas é para Istanbul, com sua magia, cidade única, dividida entre Ásia e Europa, que todos vão.
É o Estreito do Bósforo que divide Istanbul em Ásia e Europa e, além disso, existe um outro pedaço de rio, o Chifre de Ouro, que divide a parte européia em duas.



Istanbul, outrora chamada Constantinopla, foi capital de dois grandes Impérios (Império Romano do Oriente e Império Otomano), tem hoje mais de 12 milhões de habitantes e é bem caótica. Seu trânsito é complicado, não existe muita disponibilidade de transporte público, as ruas são lotadas de pedestres e as leis de trânsito, pelo menos as que conhecemos, não são lá muito respeitadas.
Porém, com tudo isso, a cidade é encantadora e multi-cultural; uma mistura de mares, gaivotas, cheiro de peixe e de comida picante, vento, fumaça de narguilê e de chá quente, velhos jogando gamão e mulçumanos ortodoxos ao lado de mulçumanos muito ocidentalizados. Uma verdadeira festa para todos os sentidos.

Os turcos são simpatissíssimos (às vezes literalmente pegajosos), saem aos bandos com suas famílias para passear e fazem a cidade ficar ainda mais caótica. Adoram conversar, te ensinam a língua deles com o maior prazer e vivem realmente do comércio. Dá a impressão que todo mundo é dono de alguma loja e que está negociando.


Ao todo ficamos 7 dias em Istanbul. Recomendo no mínimo 5 para quem quer realmente conhecer o lugar. A grande dúvida antes de viajar era: ficar em um hotel em Sultanahmet (bairro antigo) ou no Taksim (parte moderna da cidade)? A escolha foi por Sultanahmet e não me arrependo; o hotel foi o Side Pension que é bem localizado, limpo, com preço honesto e com um ótimo e típico café da manhã. Sultanahmet é bem mais turístico do que o Taksim, mas o hotel ficava ao lado da Mesquita Azul e da Hagia Sofia e vê-las ilumidas ao voltar para dormir era um alento para o cansaço do dia.

                                                                         Aya Sofya
                                                                     Mesquita Azul

É no Sultanahmet que estão os principais pontos turísticos de Istanbul e, consequentemente, é aí onde está a maior quantidade de ônibus despejando pessoas por metro quadrado.
A praça de Sultanahmet fica entre dois grandes monumentos: a Mesquita Azul e a Hagia Sofia.

Mesquita Azul: pode ser visitada a qualquer hora do dia, exceto nos horários de orações; é imperativo tirar os sapatos e, para as mulheres, cobrir a cabeça antes de entrar. Também pernas e ombros de fora são proibidos. Como fomos na primavera que mais parecia inverno, em nenhum momento meu ombro ficou à mostra, muito menos minha pernas.




Aya Sofya: foi católica, virou mulçumana e hoje é um museu. As filas para ingressos e entrada são desanimadoras, mas o lugar é impressionante e é passeio mais do que obrigatório.




Também em Sultanahmet está o Palácio Topkapi, um gigantesco complexo composto por 4 grandes jardins e vários prédios onde viviam os antigos sultões. Apesar de ter passado 7 dias na cidade, como deixamos o Topikapi para o último dia e neste dia choveu muito, a decisão foi de não entrar e deixar a visita como um pretexto para voltar em Istanbul (não recomendo fazer isso, o Topikapi, creio eu, é imperdível).

Ainda em Sultanahmet vale à pena visitar a Sirkeçi Gari (estação final do famoso Orient Express) e passar pela Soğukçeşme Sokagi, pequena rua com casas históricas. Aí, já próximo ao final da rua, há uma pequeno café com narguilê, onde ficamos boa parte da tarde vendo a vida calmamente passar.

                                                              Narguilé e Apple Tea

Saindo de Sultanahmet vou listar os lugares onde fomos nestes 7 dias:

- Ásia: sim, pela primeira vez colocamos nossos pés na Ásia. O caminho é fácil. Pode-se sair de vários pontos do lado europeu de onde partem ferries para o outro lado. Saímos de Eminönü e pegamos o ferry até Üskudar. Daí andamos pelo cais até Harem, tendo ao longe a visão da Istanbul européia, que é fantástica. Pegamos, então um ônibus para Kadiköy para conhecer a tão falada Moda Cadesi, que tivemos bastante dificuldade de encontrar.

                                                                  Torre de Leandro
                                         Topikapi, Aya Sofya e Mesquita Azul vistos da Ásia

- Torre de Galata: na região próxima à torre está o Tünel (minúsculo metrô de uma só estação) e na saída da Tünel Meydane (praça do Tünel) começa a Istklal Cadesi, rua de comércio que é um centro de compras em Istanbul. Aí podem ser vistas marcas mundiais famosas, como Zara, Sephora, etc, mas, o mais interessante da região definitivamente não são estas lojas e sim as diversas passagens (Pasaji) que saem perpendicularmente da Istklal Cadesi. Aí a vida é mais turca do que na própria avenida. Essas estreitas passagens dão lugar a uma inúmera quantidade de bares e restaurantes, desde os mais típicos e frequentados por locais até os de maior apelo turístico, além de pequenos mercados de peixes, especiarias e souvenirs. É um prazer se perder por estas ruazinhas (Çiçeki Pasaji, Nevizade Sokagi).

                                                                     Torre de Galata

- Taksim: é aí que Istanbul vira uma outra cidade. Contemporânea, com largas avenidas, ruas de lojas de grife e alta costura (Nisantasi). Prefiro a outra Istanbul: a das mesquitas, das mulheres de burca, dos bazares, dos turcos falantes e suas pequenas lojinhas de comércio.

- Örtakoy: a visão que se tem neste lugar é impressionante; aí estão a mesquita barroca de Örtakoy e a ponte do Bósforo. Há vários bares e restaurantes com peixes e frutos do mar. Alguns não vendem álcool, mas outros fazem a nossa alegria e nos deixam aproveitar de uma boa Efes (cerveja turca, por sinal, muito boa).



- Grand Bazar: foi construído no século XV e é um dos maiores e mais antigos mercados cobertos do mundo; são quase 60 ruas e quase 5000 lojas.
Eu pensava que era um mito a história de ter que barganhar com os turcos na hora de comprar. Mas a coisa continua depois de séculos e hoje muitos deles usam isso também como atração para os turistas. Eu que não sou muito fã desse tipo de jogo, terminei comprando muito pouco ou quase nada. Para se ter idéia, uma lamparina que eu queria cujo preço inicial era 180 liras turcas, passou em poucos minutos a custar 60 liras turcas. O meu medo de o preço ser na verdade 30 liras turcas, me fez ir embora sem comprar nada.
Outros bazares são o Bazar Egipcio (conhecido como bazar das especiarias) e o Bazar Arasta (um pequeno bazar em Sultanahmet)



- Mesquitas: visitamos a Süleymaniye, a Yeni (próxima ao Bazar Egipcio), a Kuçuk Aya Sofya (pequena Aya Sofya), além da Mesquita Azul. Esta e as duas dua sprimeiras são grandiosas, mas achei a pequena Aya Sofya muito linda.

                                                                     Mesquita Azul
                                                             Mesquita de Süleymaniye

- Cisternas da Basílica: 336 colunas romanas e capacidade para 30 milhões de litro de água. Esta obra impressionante do ano de 532 está próxima à Basílica Santa Sofia e, uma vez reservatório de água para abastecer a cidade, hoje é aberta ao público para visita (obrigatória).

Segurança em Istanbul:
A cidade é muito bem policiada, pelo menos nos lugares mais turísticos, e apesar da constante aglomeração de pessoas me pareceu ser um lugar bastante seguro. Cuidado se deve ter somente ao andar de taxi. Os taxistas são bem espertinhos e é sempre bom perguntar antes o valor aproximado da corrida, além de checar se o taxímetro está relamente ligado.  Na nossa chegada no Aeroporto o taxista pediu 35 Euros por uma corrida até Sultanahmet, quando, na verdade, o valor é de 35 Liras Turcas (cerca de 20 Euros).

sábado, 4 de junho de 2011

ushuaia - o lugar onde neva no auge do verão (dezembro/2008)

A viagem foi em 2008, para passar em Ushuaia o reveillon.
O vôo durou 3:45h e a paisagem na chegada em Ushuaia é de tirar o fôlego, com tantos picos cheios de neve.

Ficamos na Hosteria Sloggett, um pequeno hotel com 7 quartos, muito simpático e confortável.

                                           A hosteria é aquela cinza, com uma antena em cima,
                                           no fim da rua.

Ainda tentando fazer reconhecimento da cidade, paramos num pub para umas cervejas com uma típica picada argentina, chamava-se Invisible Pub. Neste mesmo, à noite, rolava som ao vivo, com bandas de rock e muita muita "cerveza".

A noite, nesta época do ano, só costuma chegar bem próximo da meia-noite; em um dos dias da viagem só escureceu à 1 hora manhã!!

                                                   Ushuaia em dezembro à meia-noite!


No segundo dia de viagem, ao levantar-me da cama, tomei um susto! Era dezembro e lá fora caía neve. Não era neve pesada, mas era neve.

                       

Há vários passeios que podem ser feitos em Ushuaia, mas tem que se ter cuidado com as mudanças climáticas e não acho legal contratar pacotes de passeios todos de uma vez. Pelo menos em dezembro, um mesmo dia em Ushuaia pode ser ensolarado-nublado-chuvoso-ensolarado outra vez. E isso inviabiliza alguns dos passeios oferecidos.



Entre os passeios fomos até o Parque Nacional Tierra del Fuego e Baia Lapataia, Glaciar Martial e fizemos o passeio de barco até o Faro Les Eclaireurs, conhecido como Faro del Fin del Mundo. Visitamos o Museo Maritimo y Museo del Presidio (Ushuaia era o lugar para onde antigamente eram levados presos mais perigosos; devido ao clima hostil, distância e estar perto do "fim do mundo" creio que pensavam que aí os presos poderiam buscar o "rumo certo na vida").






O que comemos e bebemos:
- o café/bar/restaurante preferido foi o Ramos Generales. Aí tomamos café com biscoitinhos e geléia numa tarde e em duas noites fomos para tomar vinho (Lagarde Malbec) em uma delas e cerveja (Cape Horn - cerveja local) em outra. Recomendo!




- Pub Invisible. Animadinho à noite.

- Tante Sara. Boa comida.

- Chocolate do Laguna Negra. Delicioso!

- La Cabaña. Casa de chá e comidinhas que fica aos pés do Glaciar Martial. A "tarta de frambueza" me deixou assim:

buenos aires

A minha primeira ida a Baires (assim a chamam os portenhos) foi em 2003, quando não havia tantos brasileiros por lá, quando ver um brasileiro ainda era uma surpresa para os locais. A cidade mudou muito desde então. O lado ruim da mudança é o que toda cidade grande tem: sujeira, insegurança, falta de espaço para locomover-se. O lado bom é o surgimento de uma miríade de bares e restaurantes que fazem a festa dos locais e turistas.


Depois de muitas idas nestes últimos 8 anos passei a ver a conhecer lugares não turísticos muito interessante na cidade, especialmente quando se fala em comidas e comidinhas, como a pizzaria perto de casa que fica aberta até de madrugada, a sorveteria do quarteirão vizinho ou os bodegons de bairro.

Mas, para quem vai pela primeira vez um circuito meio que obrigatório deve ser seguido. Portanto, aqui vão algumas dicas.

A cidade tem 2 aeroportos: Ezeiza (mais distante) e Aeroparque (no centro). Hoje a Aerolineas, a Lan, a Tam e a Gol têm vôos diretos para Aeroparque. Se chegar por Ezeiza a primeira dica é não trocar dinheiro logo no saguão onde se recolhe as malas, pois aí o cambio é ruim. No saguão do aeroporto, fora da área de malas e passageiros, o Banco de La Nacion oferece melhor tarifa. Não é necessário levar Dólar, pode viajar com Reais. Aliás, parece que em muitos restaurantes e lojas voltadas para turistas estão recebendo diretamente reais. A cada dia fica mais difícil pegar taxi ao chegar em qualquer um dos dois aeroportos. Então, contratar um transfer de chegada e saída aqui no Brasil, coisa que nunca fiz, talvez valha a pena.



Buenos Aires é toda plana, e com quadras delimitadas, desse modo, deve-se aproveitar para caminhar muito, para mim a melhor maneira de conhecer qualquer cidade. De todo modo, transporte público é barato, o metrô é fácil de usar e bem abrangente e táxi não é muito caro.

Agora vamos aos bairros e regiões e o que mais me agrada em cada um.

Recoleta –
-       Cemitério da Recoleta: parece meio mórbido visitar um cemitério, mas este vale à pena por ser bem bonito. Aí está o túmulo de Evita que é uma decepção, mas para quem quiser conferir é só seguir o fluxo de pessoas que vai achar onde fica.
-       Plaza Francia: ao seu redor estão vários cafés elegantes e tradicionais da cidade, além das sorveterias Munchies e Freddo. O sorvete mais procurado é o de doce de leite que eu não sou fã, mas todo mundo adora (prefiro o Crema Irlandesa e Frutos Del Bosque). Aí também tem um shopping interessante que é o Buenos Aires Design. Aos domingos na praça há uma feirinha de produtos artesanais bastante concorrida.
-       Próximo à Plaza Francia estão a Faculdade de Direito e a Flor de Liz, uma escultura de metal muito bonita. Dá para ir caminhando até lá.
-       Na Recoleta, que é um bairro de hotéis chiques e lojas de grife, também estão algumas embaixadas. A praça onde fica a Embaixada da França é linda e bem pitoresca.

Calle Florida –
-       Rua de compras no centro da cidade. É uma peatonal (rua de pedestres) onde estão várias lojas com artigos de couro, além de lojas comuns e artistas de rua dançando tango. Cuidado com objetos de valor nesta rua e regiões, os pequenos furtos acontecem, especialmente porque há muitos brasileiros em compras andando por aí. Na Florida estão as Galerias Pacífico, famoso e lindo prédio com lojinhas dentro. Não gosto de ir à Florida, mas quando vou minha loja preferida é a Falabella, uma grande loja de departamento que fica no número 343. A calle Florida termina em uma grande praça que é a Plaza San Martin (aí próximo está o Bairro da Recoleta)

Congresso e Plaza de Mayo –
A Av de Mayo, para mim uma das mais bonitas da cidade, começa na Plaza de Mayo (onde estão a Casa Rosada, a Catedral e o Cabildo, construção colonial do século XVIII) e termina na Plaza Del Congreso. Caminhar por todo este trajeto é maravilhoso e vale à pena. Nesta avenida está o famoso Café Tortoni, tradicional café da cidade e devidamente concorrido (prepare-se para eventuais filinhas na porta).

Bairro de La Boca –
Tradicional bairro turístico, com suas casas coloridas (Caminito), lojas de souvenirs e shows de tango na rua. Só fui lá uma vez, bati o cartão de ponto, conheci e não mais voltei. Não gosto de lá, mas é meio que obrigatório para o turista de primeira viagem.
Aí fica também o famoso La Bombonera.

Puerto Madero –
Antigo porto remodelado e renovado da cidade de Buenos Aires. É lindo. É recomendado ir agasalhado caso não seja verão, porque venta muito. Tem aí vários restaurantes e bares ao gosto do freguês e do seu bolso. O top é ir comer no Cabaña Las Lilás. É caro, mas nada que assuste um paulista que come em restaurantes de preço mediano. O couvert do Cabaña é fenomenal (quando fui só consegui comer o couvert e daí já pedi a sobremesa) e as carnes vêm etiquetadas, além disso, logicamente, tem uma vasta carta de vinhos.

Av 9 de Julio –
A avenida mais larga do mundo, segundo definição dos próprios argentinos. Na sua metade está o Obelisco, de onde saem a Diagonal Norte e a Av Corrientes, avenida cheia de livrarias e teatros.
Na 9 de Julio está o teatro Colon, vale a visita.

San Telmo –
Este é um dos meus dois bairros preferidos (este e Palermo). San Telmo tem cara de antigo, de parado no tempo, com muitos antiquários e lojinhas com objetos retrô, além de diversos bares e restaurantes. Meu bar preferido aí é o El Federal, que fica na esquina de Peru e Carlos Calvo. Aos domingos existe a feirinha de San Telmo, na Plaza Dorrego, que prefiro à feirinha da Plaza Francia. Também é muito agradável andar por suas ruas com vários vendedores ambulantes e lojinhas. As melhores ruas para se caminhar são a Calle Defensa (que termina na Plaza de Mayo) e a Balcarce.



Palermo –
O outro bairro preferido. É dividido em Palermo Soho, Palermo Hollywood (quem foi o criativo que inventou estes nomes?), Palermo Viejo e Palermo Chico (este é o da galera de grana). Nos dois primeiros estão os principais bares, lojas, restaurantes e sorveterias. É um bairro de artista e designers, assim sendo, tem muitas coisas diferentes nas lojas.
Na Plaza Serrano tem uma feirinha todo sábado e domingo. Nesta praça existem bares em todo o seu entorno, é só escolher o que mais agrada e ficar aí vendo o tempo passar. Mas não se deve ficar só aí, andar pelo bairro leva a muitas boas supresas (calles Gurruchaga, Santa Rosa e El Salvador, perto da Praça estão lindas para caminhar). O lugar que mais gosto de ir, seja para comer, seja para beliscar algo, é o "El Preferido de Palermo". No meio de tantos restaurantes de grife no bairro de Palermo, o El Preferido fica um pouco esquecido pelos turistas, no entanto, serve uma ótima comida, com preços honesto, num ambiente simples, com a cara de Buenos Aires. Adoro!





Parques –
O mais bonito é o Bosques de Palermo. Vale à pena para quem está com muito tempo na cidade. Se o tempo é curto, a não ser que você seja um verdadeiro amante da natureza, é melhor ver outras coisas.

Compras –
Calle Florida – como falei não gosto de lá, mas não se pode negar que é lugar bom para compras
Av Santa Fé – minha avenida preferida para compras
Outlets da Av Córdoba – também não gostei quando fui, mas muita gente adora

Em outro post falo dos meus bares, bodegons e restaurantes preferidos.