quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Córdoba

Conheci Sevilla e Granada em 2011. Nessa viagem não programei Córdoba por achar que estava inferior em interesse se comparada às outras duas. Que engano!
Pois antes tarde do que nunca. Córdoba é linda. Mais calma, mais organizada, mais limpa, menos cheia de gente que as outras duas com quem sempre a comparei, além de ter uma história fascinante e uma importância tamanha para a Andaluzia e para a Espanha.

«Escudooficialcordoba» de Canete25 - Trabajo propio. Disponible bajo la licencia Dominio público vía Wikimedia Commons

Cidade à beira do Rio Guadalquivir (adoro esse nome e tinha que colocá-lo aqui no blog), tem em suas construções marcos da influência do domínio romano, do califado de Córdoba - quando estava sob domínio muçulmano - e da presença cristã, que figura após a expulsão dos mouros da Península Ibérica.



Córdoba já foi tão importante que chegou a ter um milhão de habitantes (hoje tem cerca de 300 mil) sendo na época, século X, considerada a maior e a mais culta cidade do mundo. Então, façam ideia do que é estar ali hoje sabendo um pouco disso tudo!!!

Algumas fotografias mostrando influência moura:

entrada de um típico pátio cordobês

uma das portas da mesquita

casas típicas

Ruínas romanas:


A força da igreja católica em Córdoba e na Espanha:




Ficamos hospedados na "judería", melhor lugar para sair caminhando pelas estreitas ruas de Córdoba e conhecer seus principais pontos de interesse.





Saindo um pouco das ruas da judería encontamos a belíssima Plaza Mayor.




                      ( olha a plaquinha ali do lado na última foto mostrando caña a 1 Euro \o/ )

Perto da mesquita-catedral (falaremos dela daqui a pouco), nas ruazinhas da judería, estão a Calleja de Las Flores e a Calleja del Pañuelo; ali perto também pode-se chegar até a sinagoga, que é uma das poucas que sobreviveram em toda a Espanha, além do belo Alcazár de Los Reyes Cristianos.

Calleja de las Flores

Mas o mais impactante da cidade de Córdoba é mesmo a sua Mesquita-Catedral.
Até o século X, quando terminou a construção da mesquita, os cristãos e muçulmanos podiam compartilhar o templo, que foi construído sobre as bases de uma basílica. Passada esta época, os cristãos tiveram que construir sua catedral nos arredores de Córdoba.
Nesse tempo Córdoba era muito próspera, tinha uma grande universidade, excelentes escolas públicas, era local de visita de nobres e de peregrinação à mesquita; a vida cultural da cidade era muito rica.
Na época em que Córdoba era capital do Al-Andalus (território que estendia até o Rio Douro) a mesquita era considerada o santuário mais importante do islã ocidental.
Passado o período de riqueza e prosperidade, a cidade passou a ser palco de violentas disputas entre mouros e cristãos.
O bom é que hoje está super conservada. Me impressionou a conservação e limpeza das ruas do centro histórico e da mesquita.
Me impactou também o tamanho da mesquita, pois não sabia que era tão enorme!
Essa foto com vista aérea roubada da internet dá ideia da dimensão:


E deixo aqui as fotos que fiz lá dentro:


















Alcalá de Henares

Alcalá de Henares é uma cidade de 200 mil habitantes que fica a 35 km da capital Madrid.
Fazer um bate e volta até lá é fácil e barato. Há trem de Cercanias a toda hora saindo da estação de Atocha.

A cidade é famosa por ser local de nascimento de Miguel de Cervantes e estão lá sua casa natal e um museu dedicado aos seus livros, inclusive com edições de Quixote em várias línguas, uma belezura.

A cidade é também considerada patrimônio mundial pela Unesco graças ao seu belo centro histórico e à sua famosa universidade.
Seu primeiro nome remete à conquista moura (al-qal'a) e Henares é o nome do rio que a banha.
Alcalá de Henares esteve sob domínio do Império Romano e há ruínas desse período ainda de pé na cidade. Mas os primeiros assentamentos locais são da época pré-histórica!

O que visitei nas poucas horas em que lá estive foram:

- a bela Plaza de Cervantes



- o Palacete Laredo



- a Calle Mayor


- a casa natal de Cervantes e o museu dedicado a ele:




- ruazinhas sem nomes famosos, porém belas







Bréscia

No último dia em Bérgamo tomamos um trem e fomos passar umas horas em Bréscia, cidade também da região lombarda, com cerca de 180 mil habitantes.

A primeira praça importante de Bréscia já conta logo um pouco da sua história.




A Piazza Della Vittoria foi projetada em 1932, após demolição da antiga praça medieval que ali existia, e é um típico exemplo do Racionalismo Italiano, arquitetura presente na época do fascismo. Falando em fascismo, em 1974 nesta praça houve um atentado a bomba que ocorreu numa manifestação contra o regime.

Fizemos o seguinte roteiro a pé por Bréscia:


Passamos pela Piazza Della Vittoria, depois Piazza Della Loggia, Piazza Del Duomo, Foro Romano, Museu Santa Giulia e depois fomos até perto do castelo que está logo ali atrás no mapa, mas não subimos por cansaço. Na volta para a estação nos perdemos por ruazinhas sem roteiro pré-determinado, o que recomendo fortemente ser feito.

Piazza Della Loggia

Esta praça é realmente lindíssima e data do século XV. Os prédios que aí estão têm estilo veneziano (Bréscia, assim como Bérgamo, teve influencia dos seus fundadores etruscos, ficou sob domínio do Império Romano e foi objeto de disputa entre Milano e Veneza).

Torre dell'Orologio

A Torre dell'Orologio, funciona desde sua construção em 1540 e tem na sua parte superior a figura de dois homens que marcam as horas batendo no sino. Estes dois são chamados de "Macc de le ore" algo como os loucos da hora, rs.


Na Piazza do Duomo estão o Duomo Vecchio e o Duomo Nuovo (neste não entramos por estar fechado).
O Duomo Vecchio é sensacional. Uma rotonda muito bem conservada que impressiona internamente pelas pinturas e toda sua estrutura.






Como obediente cidade que esteve sob domínio do Império Romano, Bréscia conserva muito bem suas ruínas até hoje.


No Museu Santa Giulia ganhei um presente que me deixou tão, mas tão, mas tão feliz. Estava lá uma exposição com quadros de Chagall. Foi uma surpresa e tanto. Consegui ver várias belezas e fiquei num dado momento com a sala onde estava o "Promenade" somente para mim.



Antes de voltar para Bérgamo, andamos até próximo do Castelo e tomamos um vinho porque faz parte.