segunda-feira, 6 de junho de 2011

istanbul - encantadoramente caótica

Quando decidi fazer este blog pensei em escrever em ordem cronológica todas as viagens que já fiz. Por isso comecei com Buenos Aires, que foi minha primeira viagem internacional e prá onde já voltei várias vezes. No entanto, pensei bem e achei melhor escrever agora sobre a última viagem, já que foi há 2 meses e tudo ainda está muito presente na minha cabeça.


O roteiro foi Viena - Bratislava - Budapest - Istanbul.


Comecemos por esta última.


Istanbul é a cidade mais visitada da Turquia. A capital do país é Ankara, mas é para Istanbul, com sua magia, cidade única, dividida entre Ásia e Europa, que todos vão.
É o Estreito do Bósforo que divide Istanbul em Ásia e Europa e, além disso, existe um outro pedaço de rio, o Chifre de Ouro, que divide a parte européia em duas.



Istanbul, outrora chamada Constantinopla, foi capital de dois grandes Impérios (Império Romano do Oriente e Império Otomano), tem hoje mais de 12 milhões de habitantes e é bem caótica. Seu trânsito é complicado, não existe muita disponibilidade de transporte público, as ruas são lotadas de pedestres e as leis de trânsito, pelo menos as que conhecemos, não são lá muito respeitadas.
Porém, com tudo isso, a cidade é encantadora e multi-cultural; uma mistura de mares, gaivotas, cheiro de peixe e de comida picante, vento, fumaça de narguilê e de chá quente, velhos jogando gamão e mulçumanos ortodoxos ao lado de mulçumanos muito ocidentalizados. Uma verdadeira festa para todos os sentidos.

Os turcos são simpatissíssimos (às vezes literalmente pegajosos), saem aos bandos com suas famílias para passear e fazem a cidade ficar ainda mais caótica. Adoram conversar, te ensinam a língua deles com o maior prazer e vivem realmente do comércio. Dá a impressão que todo mundo é dono de alguma loja e que está negociando.


Ao todo ficamos 7 dias em Istanbul. Recomendo no mínimo 5 para quem quer realmente conhecer o lugar. A grande dúvida antes de viajar era: ficar em um hotel em Sultanahmet (bairro antigo) ou no Taksim (parte moderna da cidade)? A escolha foi por Sultanahmet e não me arrependo; o hotel foi o Side Pension que é bem localizado, limpo, com preço honesto e com um ótimo e típico café da manhã. Sultanahmet é bem mais turístico do que o Taksim, mas o hotel ficava ao lado da Mesquita Azul e da Hagia Sofia e vê-las ilumidas ao voltar para dormir era um alento para o cansaço do dia.

                                                                         Aya Sofya
                                                                     Mesquita Azul

É no Sultanahmet que estão os principais pontos turísticos de Istanbul e, consequentemente, é aí onde está a maior quantidade de ônibus despejando pessoas por metro quadrado.
A praça de Sultanahmet fica entre dois grandes monumentos: a Mesquita Azul e a Hagia Sofia.

Mesquita Azul: pode ser visitada a qualquer hora do dia, exceto nos horários de orações; é imperativo tirar os sapatos e, para as mulheres, cobrir a cabeça antes de entrar. Também pernas e ombros de fora são proibidos. Como fomos na primavera que mais parecia inverno, em nenhum momento meu ombro ficou à mostra, muito menos minha pernas.




Aya Sofya: foi católica, virou mulçumana e hoje é um museu. As filas para ingressos e entrada são desanimadoras, mas o lugar é impressionante e é passeio mais do que obrigatório.




Também em Sultanahmet está o Palácio Topkapi, um gigantesco complexo composto por 4 grandes jardins e vários prédios onde viviam os antigos sultões. Apesar de ter passado 7 dias na cidade, como deixamos o Topikapi para o último dia e neste dia choveu muito, a decisão foi de não entrar e deixar a visita como um pretexto para voltar em Istanbul (não recomendo fazer isso, o Topikapi, creio eu, é imperdível).

Ainda em Sultanahmet vale à pena visitar a Sirkeçi Gari (estação final do famoso Orient Express) e passar pela Soğukçeşme Sokagi, pequena rua com casas históricas. Aí, já próximo ao final da rua, há uma pequeno café com narguilê, onde ficamos boa parte da tarde vendo a vida calmamente passar.

                                                              Narguilé e Apple Tea

Saindo de Sultanahmet vou listar os lugares onde fomos nestes 7 dias:

- Ásia: sim, pela primeira vez colocamos nossos pés na Ásia. O caminho é fácil. Pode-se sair de vários pontos do lado europeu de onde partem ferries para o outro lado. Saímos de Eminönü e pegamos o ferry até Üskudar. Daí andamos pelo cais até Harem, tendo ao longe a visão da Istanbul européia, que é fantástica. Pegamos, então um ônibus para Kadiköy para conhecer a tão falada Moda Cadesi, que tivemos bastante dificuldade de encontrar.

                                                                  Torre de Leandro
                                         Topikapi, Aya Sofya e Mesquita Azul vistos da Ásia

- Torre de Galata: na região próxima à torre está o Tünel (minúsculo metrô de uma só estação) e na saída da Tünel Meydane (praça do Tünel) começa a Istklal Cadesi, rua de comércio que é um centro de compras em Istanbul. Aí podem ser vistas marcas mundiais famosas, como Zara, Sephora, etc, mas, o mais interessante da região definitivamente não são estas lojas e sim as diversas passagens (Pasaji) que saem perpendicularmente da Istklal Cadesi. Aí a vida é mais turca do que na própria avenida. Essas estreitas passagens dão lugar a uma inúmera quantidade de bares e restaurantes, desde os mais típicos e frequentados por locais até os de maior apelo turístico, além de pequenos mercados de peixes, especiarias e souvenirs. É um prazer se perder por estas ruazinhas (Çiçeki Pasaji, Nevizade Sokagi).

                                                                     Torre de Galata

- Taksim: é aí que Istanbul vira uma outra cidade. Contemporânea, com largas avenidas, ruas de lojas de grife e alta costura (Nisantasi). Prefiro a outra Istanbul: a das mesquitas, das mulheres de burca, dos bazares, dos turcos falantes e suas pequenas lojinhas de comércio.

- Örtakoy: a visão que se tem neste lugar é impressionante; aí estão a mesquita barroca de Örtakoy e a ponte do Bósforo. Há vários bares e restaurantes com peixes e frutos do mar. Alguns não vendem álcool, mas outros fazem a nossa alegria e nos deixam aproveitar de uma boa Efes (cerveja turca, por sinal, muito boa).



- Grand Bazar: foi construído no século XV e é um dos maiores e mais antigos mercados cobertos do mundo; são quase 60 ruas e quase 5000 lojas.
Eu pensava que era um mito a história de ter que barganhar com os turcos na hora de comprar. Mas a coisa continua depois de séculos e hoje muitos deles usam isso também como atração para os turistas. Eu que não sou muito fã desse tipo de jogo, terminei comprando muito pouco ou quase nada. Para se ter idéia, uma lamparina que eu queria cujo preço inicial era 180 liras turcas, passou em poucos minutos a custar 60 liras turcas. O meu medo de o preço ser na verdade 30 liras turcas, me fez ir embora sem comprar nada.
Outros bazares são o Bazar Egipcio (conhecido como bazar das especiarias) e o Bazar Arasta (um pequeno bazar em Sultanahmet)



- Mesquitas: visitamos a Süleymaniye, a Yeni (próxima ao Bazar Egipcio), a Kuçuk Aya Sofya (pequena Aya Sofya), além da Mesquita Azul. Esta e as duas dua sprimeiras são grandiosas, mas achei a pequena Aya Sofya muito linda.

                                                                     Mesquita Azul
                                                             Mesquita de Süleymaniye

- Cisternas da Basílica: 336 colunas romanas e capacidade para 30 milhões de litro de água. Esta obra impressionante do ano de 532 está próxima à Basílica Santa Sofia e, uma vez reservatório de água para abastecer a cidade, hoje é aberta ao público para visita (obrigatória).

Segurança em Istanbul:
A cidade é muito bem policiada, pelo menos nos lugares mais turísticos, e apesar da constante aglomeração de pessoas me pareceu ser um lugar bastante seguro. Cuidado se deve ter somente ao andar de taxi. Os taxistas são bem espertinhos e é sempre bom perguntar antes o valor aproximado da corrida, além de checar se o taxímetro está relamente ligado.  Na nossa chegada no Aeroporto o taxista pediu 35 Euros por uma corrida até Sultanahmet, quando, na verdade, o valor é de 35 Liras Turcas (cerca de 20 Euros).

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