sábado, 21 de setembro de 2013

Lyon




Lyon é cidade para morar. Sim, porque costumo dividir as cidades que visito em: cidades para voltar mais uma vez, cidades para voltar sempre, cidades para conhecer e não precisa voltar e cidades para morar. Lyon está aí nesta última porque é relativamente grande, movimentada, com diversas opções de serviços e lazer, agradável, limpa e linda. E, claro, tem um serviço de transporte extremamente funcional (tome-se como exemplo 4 linhas de metrô numa cidade com pouco mais de 500.000 habitantes!). 


O ruim da cidade são as saídas para barzinhos, mas bem, isso é coisa da França, ou acostuma-se a isso e fica lá sem reclamar ou melhor nem ir porque vai ficar de mau humor. Os bares fecham cedo, muitos requerem reserva (como já falei no post anterior) e muitos são só para beber, ou seja, nada de belisquetes. Quer beliscar? Vá para a Espanha ou fique no Brasil!

Chegamos na cidade de trem, vindos de Aix-en-Provence.  Nosso hotel foi o ótimo Hotel Azur, ao lado da Place Belecour. Na rua do hotel, a Rue Victor Hugo, eu sofri diariamente porque a mesma é cheia de lojinhas que vendem cosméticos a preços realmente convidativos, às vezes preços que eu diria simbólicos, porque lápis de olho, por exemplo era quase grátis. Nem preciso dizer que comprei de todas as cores e modelos. 

Lyon é dividida por uma "ilha" chamada de Presque-Île, sim "presque" porque é uma península, quase uma ilha. A região de Presque-Île é a mais turística e onde está o centro de comércio da cidade. Mas a região mais agradável e mais bonita é a da Colina de La Fourvière e a de Vieux-Lyon; foi aqui onde nasceu a cidade, que foi inicialmente colonizada por romanos no século IV a.C..


Nesta região e na região da Croix-Rousse é onde encontrei a coisa mais interessante e única de Lyon, os traboules. 
Traboules (do latim trabulare que significa "atravessar") são passagens fechadas, escuras e estreitas que comunicam uma rua com a outra e que originalmente eram usados por trabalhadores da indústria textil para transportar seus produtos, especialmente a seda, que é característica da região. Sensacional! Você anda pelas ruas do Vieux-Lyon e procurando com paciência vê portas de madeira que se abrem para corredores estreitos. Os corredores vão dar em pátios rodeados de apartamentos antigos. O que me fascinou foi saber que as pessoas vivem aí. Alguns traboules são liberados para visitantes e neles vai haver placa na porta avisando, outros devem estar muito discretos, com suas portas misturadas às portas de prédios e estabelecimentos comerciais. Difícil saber onde estão todos, visto que são 315 passagens ligando 230 ruas.

Outro item típico de Lyon são os Bouchons, pequenos bistrôs com comida farta,  caseira e típica (a.k.a. comida com muita gordura) a preços acessíveis. Os bouchons com certificado de autenticidade vão ter o selo chamado "Authentiques bouchons lyonnais".

Para quem gosta de cinema ou mesmo para quem tem alguma curiosidade sobre os primórdios do cinema uma visita à casa dos irmãos Lumière é obrigatória. Além da linda casa e da praça que fica em frente, o museu Lumière oferece um panorama do cinema antigo, das primeiras máquinas, primeiras câmeras, primeiras exibições e um pouco da vida dos criadores do cinematógrafo.









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