segunda-feira, 23 de setembro de 2013

PRIMEIRAS IMPRESSÕES DE MADRID COMO "MORADORA"


Sempre falei que acho que as pessoas tem mais do que direito de viver em um lugar que tenha as 4 estações do ano bem definidas. 

Cheguei em Madrid na última semana do verão. E o que se vê é que a cidade tem pressa de viver e aproveitar ao máximo estes dias calorosos de céu azul sem nuvens. Há um clima de alegria e festa muito diferente do que vi em dezembro último, quando estive aqui por dez dias. Não que tenha achado ruim a temperatura máxima de 10 graus na época, ao contrário; não que a cidade naqueles últimos dias do outono de 2013 não fosse apaixonante.  No entanto, pela primeira vez eu amei o verão (eu que sou amante do frio e dias nublados) e acho que foi esse clima de "vamos aproveitar porque isso passa rápido" que me deixou encantada. 

As primeiras impressões como "habitante" de Madrid foram confirmações do que já vi aqui em outras vindas como turista e por poucos dias. 
Transporte que funciona de maneira bárbara. Um ônibus que custa 5 Euros te traz do aeroporto para o centro em 30 minutos. A faixa exclusiva de ônibus nos livrou do congestionamento que havia logo na chegada (chegamos na hora em que as pessoas estavam saindo para trabalhar). Mas o congestionamento de carros acabou aí. O que vi depois foi congestionamento de pessoas nas ruas na sexta e sábado à noite. 

Comer bem gastando pouco. Esse é um direito e um prazer que as pessoas podem usufruir aqui e em outras cidades da Europa. Não existe a necessidade de comprar a marca mais cara do supermercado para ter qualidade no produto. Esse é um fator que nos diferencia muito dos europeus. 

O ruído da rua é outra observação interessante. O ruído de São Paulo é o ruído dos motores. Carros, ônibus, sirenes de ambulância ou polícia. O que chega de ruído no nosso pequeno apartamento num segundo andar de um pequeno prédio na Calle Ballesta, rua que na esquina com a Desegaño serve como reduto de prostitutas cinquentonas e clientes sessentões, é ruído de vida. Pessoas que passam conversando, entregadores dos vários minimercados de comida e miudezas, pescaderias, fruterias e cafés. As pessoas aqui caminham e não necessitam dos malditos carros para irem onde querem. E vão, portanto, deixando seu rastro pelas ruas: risadas, conversas, gritos de crianças. Vida!

No Brasil as pessoas são bem parecidas entre si no modo de vestir-se. Especialmente as mulheres me cansam os olhos com seus cabelos de chapinha e mechas louras, roupas que seguem padrão de moda (na maioria das vezes com um mau gosto tenebroso), bolsas e sapatos seguindo a última tendência. Estar num lugar onde as pessoas tem seu próprio estilo sem seguir padrões determinados me alegra. Meus olhos agradecerem diariamente. Poderia ficar numa dessas praças lotadas de gente no verão madrileño por horas e horas somente vendo as pessoas, cada uma com sua maneira de encontrar a própria beleza. 

Mas, minha gente, o melhor de tudo de Madrid é assunto extenso. Cañas y Tapas. Sobre isto vou escrevendo nos próximos posts. 

Para terminar, deixo a foto do lugar de onde estou escrevendo. Fica na esquina de casa e chama-se La Bicicleta Cafe. Sensacional e democrático!
(música que toca neste momento: Under My Thumb; difícil vai ser voltar)  





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