sexta-feira, 8 de julho de 2011

praga (abril/2009)

Uma amiga vai para Praga na próxima semana e me pediu dicas. Por conta disso, decidi que este post seria sobre a capital da República Tcheca.

Praga é dividida em distritos e, desse modo, se denomina Praga 1, Praga 2, Praga 3, etc. Não sei quantas Pragas há, mas na hora de decidir o local de hospedagam, por via das dúvidas, escolhemos Praga 1, para ter mais segurança de estar no Centro. Por outro lado, fiquei muito feliz quando um dia andando sem destino chegamos a Praga 9, pois, apesar de esta ser bem feia, me senti conhecendo mais de perto o íntimo da cidade. Quando aí chegamos, decidimos que se existe Praga 17, seria melhor ficar sem conhecê-la.

esta foto é do site disfrutapraga.com

A viagem foi em abril/2009, junto com Berlim e Dresden que serão assuntos de outros posts. A cidade é relativamente pequena, especialmente a parte turística, mas decidimos ficar 7 dias para explorá-la bem. Com metade disso é possível conhecer os pontos mais importantes de Praga, mas ficar a semana inteira nos proporcionou vê-la com olhos mais atentos e descobrir detalhes que poucos dias não permitem. A hospedagem for num apartamento de temporada, o que permitiu sentir um pouco mais de perto o gostinho do que é a vida local.

A ida foi de trem, partindo de Dresden na Alemanha, e durou 2 horas.
Para sentir o clima local, ao chegar decidimos ir a um restaurante turistão que ficava numa praça em frente a uma feirinha de souvenirs (mais turistão impossível) e comemos um prato típico tcheco (veproknedlozelo, isso mesmo) composto por carne de porco e os famosos kinedliky (bolinhos feitos de farinha de trigo ou de batata que acompanham quase todos os pratos tchecos; na foto abaixo eles estão acompanhando um goulash).

goulash

Foi neste restaurante que descobrimos a palavra mágica que iria nos acompanhar por toda a semana em Praga: pivo = cerveja. Além de muito saborosa, a cerveja tcheca é (ou pelo menos era) muito barata. Mais barata que uma Coca, por exemplo. Então foi pivo e mais pivo. Fizemos até o top ten das pivos, o qual publicarei no final do post, pois as coisas sérias devem ficar para o final.

Após o almoço (com pivo) fomos ver o pôr do sol na Ponte Carlos (Karlův most) e aí sim, dissemos um para o outro, estamos em Praga.



Staré Město (Cidade Velha) é a parte mais antiga da cidade e também a mais linda. É onde o visitante passa a maior parte do seu tempo enquanto está em Praga e, mesmo que ele vá infinitas vezes para esta região, os olhos não se cansarão de admirar tanta beleza. É na Staré Město onde estão os mais conhecidos ícones da cidade: a Staromestske namesti (Praça da Cidade Velha), o Palácio Kinsky, a Rua Celetná, a Igreja Nossa Sra de Tyn, a Igreja de São Nicolau, a Torre da Pólvora e a famosa Torre da Cidade Velha onde está o relógio de Praga. Pode-se subir na torre para apreciar a linda vista da cidade. O relógio, se você tem vontade de vê-lo funcionando, terá que estar aí nas horas cheias e lutar por um espaçao ao lado dos milhares de turistas que querem o mesmo que você.

torre da cidade velha



igreja nossa sra de tyn

E por falar nisso, este é o lado ruim de Praga: os turistas. Tudo bem, sei que também sou uma, mas a quantidade de turistas na cidade é de enlouquecer. E olhe que fomos em maio... E em Praga eles andam mais em bando do que em qualquer outra cidade do mundo. É difícil livrar-se deles e o único momento em que não os vi foi às 4 horas da manhã, na Ponte Carlos, no dia em que cumpri a promessa que havia feito a mim mesma, de vê-la e fotografá-la (quase) vazia.







 Nové Město é a cidade nova (e também a menos interessante) onde os moradores andam apressados e onde as grandes marcas mundiais já fizeram a sua devida invasão. O local mais famoso da Nové Město  é a Václavské náměstí (Praça Wenceslau), que foi palco de grandes acontecimentos como A Primavera de Praga e a Revolução de Veludo. Entendo a importância da praça e dessa região, entretanto, para mim, tudo é muito visualmente poluído devido à grande quantidade de lojas e mac donalds da vida. O mais interesante são as construções em estilo art-nouveau que foram conservadas até o presente, como, por exemplo, o Hotel Europa, que fica na própria praça, e a Prefeitura da Cidade Nova que fica na Namesti Republiky. 


 
Malá Strana está logo atrás da Ponte Carlos, na margem esquerda do Rio Vltava, é menor do que os distritos das Cidades Velha e Nova, mas não menos linda. Excluindo os arredores do castelo de Praga, que está aí ao lado, Malá Strana é mais calma, portanto, mais desprovida de turistas do que os distritos da margem direita. Andar por suas ruazinhas é obrigatório. A rua mais famosa, com vários cafés e restaurantes, é a Nerudova. Mas não se restrinja somente a ela. Explore Malá Strana caminhando também pela idílica Rua Novy Svet e indo até o Loreto. 

malá strana


rua nerudova (com pivo)


novy svet




Hradcany (Castelo de Praga) é dito ser o maior castelo do mundo. Disso não tenho certeza, mas que suas pernas precisam estar preparadas para andar, disso eu tenho. O castelo não contentou-se em ser só castelo e abriga também a magnífica Catedral de São Vitu (cuja fila de entrada imensa nos tirou o ânimo de conhecê-la por dentro), a Basílica de São Jorge, a Torre Dalibor e a Viela Dourada onde, no número 22, morou Franz Kafka.


O bairro judeu, Josefov, tem lindas construções, algumas também em estilo art-noveau, e várias lojas de grife. Com um ingresso único é possível visitar um grupo de 6 atrações: Old New Sinagogue, Sinagoga espanhola, Sinagoga Pinska, Sinagoga Maisel, Cemitério Judeu e o Ceremony Hall. Duas dessas atrações são marcantes: a Sinagoga Pinska, que tem uma parede com o nome dos judeus tchecos mortos na 2a Guerra, e o Cemitério que tem 12.000 lápides. Os judeus só podiam ser enterrados neste cemitério, que tem um terreno muito pequeno. Assim, quando o terreno ficava lotado de lápides, todas eram retiradas do local e fazia-se uma outra camada de pesoas enterradas e novas lápides. Em algumas áreas há cerca de dez destas camadas e, por conta disso, o cemitério apresenta uma irregularidade no seu terreno que virou motivo de visita turística.

 

cemitério

Se a visita a Praga não for muito curta, vale à pena ir até o Vyšehrad, um outro castelo numa área bem mais calma com jardins, uma muralha e uma bela igreja (São Pedro e São Paulo).

Outras coisinhas para serem feitas em Praga:

- não sou muito fã de ficar fazendo passeios de barco, pois penso que nestes instantes aí eu poderia estar passeando pela cidade e aproveitando-a muito mais. Entretanto, a cidade é tão linda e tivemos tantos dias visitando-a, que deicidimos fazer o tal passeio e adoramos. Praga merece ser vista de outro ângulo e é prinicipalmente para isso que serve o passeio. Nada de passeio-com-almoço-incluído-que-dura-4-horas, isso sim vai fazer você perder tempo ao invés de aproveitar a cidade. O passeio mais curto, que dura cerca de uma hora e ainda serve um bolo (delicioso... como queria comê-lo outra vez) com café (que nós pedimos para trocar por cerveja), já cumpre perfeitamente a sua função.


feliz quando o café foi trocado por uma pivo

- ir ao Parque Letná para ter a vista da foto abaixo. Este local tornou-se "o nosso canto" em Praga. Foi aí que apreciamos um entardecer, foi aí que experimentamos algumas cervejas da nossa listinha (incluindo a saborosa Bernard que, decidimos, seria o presente do nosso amigo Luiz), foi aí que escutamos música, foi aí que vimos um cara por vários minutos abraçando uma árvore (?!).





- ir à Ilha Kampa que fica em Malá Strana, embaixo da margem esquerda da Ponte Carlos, e andar por suas estreitas e calmas ruas.


- comer comida típica. O goulash vai estar por toda parte e é um "must eat several times". Svícková na smetane é um prato típico e levemente apimentado feito de legumes, carne e creme de leite, servido com os famosos knedlíkys e com um maravilhoso molho de cranberry.

- ir na U Fleku, que diz ser a cervejaria mais antiga da Europa. A cerveja é de fabricação própria e tem sabor forte. O petisco que acompanhoou a pivo foi o Pivní sýr, um queijo cremoso feito de... cerveja (olha a pivo aí de novo) acompanhado por fatias de pão preto frito, cebola crua, alho e pó de pimentão... passei mal no dia seguinte, óficórsi.

Diquinha útil:

- a República Tcheca ainda não está no Euro e sua moeda é a Coroa Tcheca. Há várias casas de câmbio no centro, mas cuidado que eles têm várias pegadinhas na hora da troca. Uma delas é mostrar um valor na tabela, mas que só serve se você for trocar vários Euros. Por exemplo, 1 Euro vale 25 coroas tchecas, mas somente se você trocar 1000 Euros ou mais; caso a troca seja de, por exemplo, 100 euros, eles te passam somente 20 coroas. Cuidado!

Impressões Praguenses:
- Talvez Praga seja a cidade mais linda do mundo... talvez... Enfim, é lindíssima. Mas calma lá, a lindeza é só em Praga 1, no máximo Praga 2. Fomos até Praga 7 e 9 e é tudo sujo, pixado, bem comuna.
- Preferi a cerveja tcheca à cerveja alemã (Marcelo é de opinião contrária)
- Os meios de transporte são eficientes (Marcelo não concorda), mas preparem-se porque os trolebus fedem (Marcelo assina embaixo).
- A comida e a bebida têm ótimos preços.
- Os grupos de adolescentes italianos que vão em bando para lá, todos com o mesmo visual, projetos de Giorgio Armani, são uma verdadeira praga em Praga.


Para terminar o post vamos voltar às pivos. Aqui vai o nosso top 10 das cervejas que tomamos em Praga (não necessariamente são tchecas) que estarão assim classificadas:

* parece Skin
** nada extraordinária
*** melhor que Serramalte
**** viva Praga!

- Pilsner Urquell: ***
- Staropramen: **
- Budvar clara: ***
- Budvar escura: *
- Kozel: ****
- Bernard: ****
- Krusovice: ***
- Gambrinus: ***
- Cerveja da U Fleku: ***
- Velvet: **
- Bránik: **** (dizem que esta é feita com a água do Rio Vltava)



domingo, 3 de julho de 2011

budapest, a capital do país dos magiares (abril/2011)


A ida de trem de Viena para Budapest é tão chocante quanto de Viena para Bratislava. O trem ficou parado no meio do caminho, que por sinal é bem feio, por diversas vezes sem ninguém explicar o motivo e a viagem que deveria durar 2:50h, durou uma hora a mais.
A chegada na estação Keleti também é um pouco chocante, parece cenário de filme do Kusturica.
Ao lado da estação de trem está a estação de metrô. O metrô é limpo, mas faz os trens de Buenos Aires parecerem recém fabricados. É super antigo, mas tem seu devido charme...

estação keleti

metrô


Ficamos no Hotel Pilvax (diária a 40 Euros num hotel de verdade, muito bom) que é super bem localizado. Deixamos as coisas e fomos logo bater perna.
Budapest é dividida em duas: Buda e Pest. O hotel está no lado Pest que foi o lado que mais gostei. Buda é mais chique, mais limpa e Pest mais escura, mais decadente, contudo tem mais vida. Buda tem uma vantagem, a partir dela tem-se uma ótima visão de Pest.
Nossa primeira caminhada foi pela Váci Utca, turística, cheia de restaurantes com menu do dia. Entramos numa transversal, num restaurante que era num sótão e sem nenhum turista comemos muito bem.

Aí próximo à Vaci Utca, no final dela, está o mercado central de Budapest.




Caminhamos daí até Buda, passando pela Széchenyi Lánchíd (Ponte das Correntes). Já era quase noite e fomos até o Angelika (Batthyány tér nº7) para jantar. A Széchenyi Lánchíd é magnífica e tivemos o prazer de atravessá-la na hora em que as luzes estavam acendendo, na hora em que a tarde não é mais tarde e a noite ainda não chegou, na hora que chamo de hora-azul! Ao atravessá-la você tem do outro lado a visão do Parlamento de Budapest, que também deve ser visto de dia e com as luzes acesas à noite.






À noite um lugar para andar e conhcer bares e restaurantes é o Bairro Judeu. Neste bairro conhecemos um Kert. Um kert é um bar-cinema-local de exposições em espaço aberto, geralmente nos jardins de um prédio antigo, onde há vários balcões com comidas e bebidas (cada balcão tem um dono) e cadeiras, sofás, mobília antiga. Geralmente há aí projeção de filmes mais alternativos ou alguma exposição de arte. Infelizmente não lembro o endereço do que fomos e sem endereço é impossível chegar, já que não há palca na porta; a entrada é nada mais que a entrada do prédio e lá dentro abre-se esse mundo de coisas, pessoas e luzes. Sensacional! Neste kert, por uma das coincidências que a vida nos proporciona, encontramos o casal a quem pedimos informação em Bratislava, descobrimos que eram argentinos e passamos a noite conversando e bebendo juntos.





No dia seguinte fomos conhecer a Sinagoga e tomar café no famoso Gerbaud.



Do Gerbaud fomos conhecer Buda durante o dia. Esta parte da cidade é encantadora. Em algumas esquinas parece cidade de boneca. O que mais me impressionoou foi o Bastião dos Pescadores e a linda visão que se tem do outro lado a partir daí.
Deixo aqui as fotos que falam mais do que as palavras.





Voltando para Pest ainda estão na lista "must see" a Andrassy Utca, grande e charmosa avenida onde estão várias embaixadas e onde está a Terror Háza ou casa do terror. Este museu conta a história do terrível período vivido pelos húngaros sob os regimes ditatoriais do nazismo e posteriormente do comunismo. O prédio foi originalmente usado como sede dos dois governos e hoje apresenta uma exibição permanente, além de outras itinerantes. É uma visita obrigatória para entender o sofrimento de um povo durante tanto tempo, mas prepare-se porque o ambiente é pesado e juro, ao entrar senti um aperto na garganta que durou boa parte da visita.




Saindo da Terror Háza sugiro andar até o final da Andrassy Utca onde está a Hosok Tere (praça dos heróis) e atrás desta o Városliget Park. Além de serem lugares importantes para conhecer turisticamente é bom depois da visita ao museu fazer essa caminhada para espairecer.



Budapest é decadente e charmosa, escura e impressionate, com esquinas feias e esquinas lindas, tem Buda e tem Pest, tudo ao mesmo tempo. Tem muita personalidade e mostra ao que veio. É do Leste. Seu povo é simpático e sua língua é tão impronunciável que nem obrigada você se atreve a aprender e dizer.
Já foi parte de um império e passou pelo horror recente de dois regimes massacrantes. Isso faz a cidade ter esse tom decadente, de quem foi rico, perdeu tudo e tenta se reerguer. Para eles deve ser terrível, para os olhos de um turista pode parecer um pouco charmoso, o que não deixa de ser também terrível.
Amei! Quero voltar lá com mais tempo porque foram só 3 noites.


bratislava (abril/2011)

Em 1993, após o fim do regime comunista, a Tchecolosvaquia dividiu-se em dois países, República Tcheca e Eslovaquia, cuja capital é Bratislava.
Bem menos turística do que a "prima" Praga, Bratislava é uma cidade linda e que vale muito à pena ser visitada. A cidade tem como fronteira dois países, Hungria e Áustria, fazendo com que ela seja a única capital de um país cujas fronteiras são dois países.
A distância de Viena para Bratislava é de apenas 60 km, também conhecido como 1 hora de trem (partindo da Südbahnhof) e 14 Euros ida e volta (com direito a ficar 4 dias), e para quem vai para a capital da Austria eu recomendo um dia em Bratislava.
Na verdade, eu me arrpendi, preferia ter ido passar umas 2 noites em Bratislava e ter feito um bate e volta para Viena.


A chegada à estaçao em Bratislava é chocante. Logo nota-se a mudança de país. Viena com estações de trem quase assépticas e com infinitas linhas e vagões e Bratislava com tudo escrito em eslovaco, pixações prá todo lado e um claro ar terceiromundista. Na estação não havia ninguém no guichê de informações e a quem me dirigi para perguntar como chegar ao centro não sabia falar inglês. E agora? Conseguimos um mapa (em eslovaco, óficórsi) e perguntamos a um casal com cara de perdido se sabiam que número de ônibus pegar para chegar ao centro. O casal respondeu num inglês meio macarrônico que iriam para o centro e pegamos o mesmo ônibus que eles.



A primeira coisa que fizemos foi subir no UFO que é um restaurante-observatório em formato de disco voador. O ingresso só para o observatório custa 6,50 Euros e se eu soubesse não teria subido, pois achei decepcionante. É melhor deixar para ver a vista da cidade quando subir ao Castelo.



À partir daí caminhamos pelo centro antigo inteiro. São lindas ruas, muito bem cuidadas, com casas e monumentos restaurados, sem as hordas de turistas que rondam Praga e com um povo simpático e prestativo. Há vários cafés e restaurantes nas ruas da cidade antiga.





Almoçamos num dos restaurantes da rua principal do centro antigo e pagamos 15 Euros por 2 taças de vinho branco eslavo, delicioso por sinal, 1 cerveja, 1 porção de batatas eslovacas (cozidas por dentro e caramelisadas por fora), 1 cordon bleu e uma salada grega. 15 Euros! E ao final descobrimos que o menu do dia eram 3 Euros!! Era primavera, a cidade e seu centro estavam bem vazios, mas, pela quantidade de bares, restaurantes e mesinhas do lado de fora acredito que aquilo deve encher mais no verão.
Mas estar vazia foi uma das coisas que me agradou.


Dali subimos para o Castelo de Bratislava que tem uma ótima vista da cidade, mas que infelizmente estava fechado para visita naquele dia. Ficamos num bar-restaurante que existe aí apreciando a vista. Recomendo este lugar. A princípio, por ser meio chique, fiquei com medo de ser caro, mas não é. Pagamos 17 Euros por 2 cervejas, uma porção de asinhas de frango com geléia de pimenta (Yummmi), uma porção de pão com ervas, um strudel de cereja com sementes de papoulas (Yummmmmmi) e 2 sorvetes.






Era fim de tarde e tínhamos que voltar para Viena para a última noite. No dia seguinte Budapest nos esperava. Na próxima vez juro que durmo em Bratislava!

viena (abril/2011)

A viagem para Viena foi a mesma de Istambul (Viena - Bratislava - Budapest - Istambul abril/2011).
Ficamos no Hotel Kolbeck que eu recomendo pela localização, limpeza, facilidade para metrô e tram e pelo ótimo café da manhã (www.hotel-kolbeck.at / diária 60 Euros). O taxi do aeroporto até o hotel custou 35 Euros.

hotel kolbeck


A primeira impressão de Viena foi a de que, ao contrário do que sempre li, a cidade não é assim tão cara. Ao lado do hotel há um ótimo bar-restaurante onde por 6 a 7 euros se come um prato farto e delicioso.
No primeiro dia de viagem, devido ao cansaço dos vôos, fomos ao Zentrum à noite, demos uma volta, jantamos num restaurante turistão e voltamos para dormir.
Uma coisa que me incomodou demais é que em Viena ainda se pode fumar em ambientes fechados e nada pior do que mala com roupa cheirando a cigarro já no primeiro dia de viagem. Então mesmo com frio e vento (ventava extraordinarimente em Viena; cheguei a pensar que o avião não fosse conseguir pousar de tanto que era jogado de um lado para o outro) escolhemos comer do lado de fora dos restaurantes.

No segundo dia de viagem começamos a explorar a cidade exatamente pelo seu ponto mais turístico que é a Stephenplatz onde se encontram a catedral (Stephensdom) e várias ruas de pedestres. O dia iria ser corrido e tentaríamos ver o máximo possível da cidade, visto que já tínhamos decidido ir conhecer Bratislava no dia seguinte.


O centro de Viena é fácil de ser explorado à pé, aproveite para bater perna pelas ruas Graßen, Kartnerstraße e Kohlmarkt.
Como o tempo era curto decidimos não entrar nos lugares e somente os ver por fora. Desse modo vimos: a Haus Der Musik, a Ópera, o Museu Albertina, andamos por todo complexo do Hofburg (imenso palácio residência dos Habsburgs, imperadores austríacos) e seguimos para a Rathaus (prefeitura).



Na praça da Rathaus havia um festival de vinho de maçã e aí nos detivemos por um tempinho aproveitando essa delícia inusitada. Cada taça de vinho custava 2 euros e havia também comidinhas típicas por ótimos preços; foi aí o nosso almoço.





Após o "almoço" fomos ao Museu Quartier, e contrariando a regra de não entrar em nenhum dos lugares, fui conhecer o Leopold Museum, que tem um ótimo acervo dos pintores Schiele e Klimt.
Para os fãs de lomografia no Museum Quartier está a enorme lojinha da Lomo de Viena.


Após o museu fomos até o parque onde está a Riesenrad (famosa roda gigante de 1897 símbolo da cidade) e caminhamos até o Hundertwasserhaus (apartamentos coloridos e desiguais concebidos pelo artista Friedensreich Hundertwasser) e a Kunsthauswien (museu do mesmo artista).


Riesenrad


Hundertwasserhaus


No dia seguinte fomos a Bratislava e quando chegamos de volta a Viena o Belvedere já estava fechado, foi uma pena. Mas ou Bratislava ou Belvedere e não me arrependo. Andamos pelos seus suntuosos e magnificamente bem cuidados jardins e depois fomos comer Sacher Torte no Hotel Sacher. Falar bem a verdade, já comi coisa melhor. Vale à pena ir lá, pelo lugar, pelo fantástico atendimento, mas não espere demais da tal torta (aliás, mudando um pouco o tema do post, no café do Espaço Unibanco Augusta, que tem uma ótima torta de banana, tem agora também Sacher Torte; ainda não experimentei porque não consegui dizer não para a torta de banana, mas fica  aí a dica).


belvedere

Para finalizar a curta viagem por Viena, fomos ao Spittelberg, zona com várias ruas de pedestres lotadas de restaurantes e bares com atmosfera de cidade de interior. Fica próximo ao Volkstheater e é um ótimo lugar para passar uma noite.

Viena vai fazer parte do rol de "cidades para ir uma vez só". Não me animei com o lugar em nenhum momento. A cidade me deu a impressão de estar entre uma Berlim e uma cidade do Leste Europeu, como se não tivesse identidade própria, como se ainda estivesse se desenvolvendo. Mas são impressões de quem ficou muito pouco tempo por lá. Minha amiga Carla diz que sentiu algo parecido, mas que acha que Viena é uma cidade que precisa de tempo para ser "sacada", que deve ser uma cidade muito legal. Pode ser que ela tenha razão...
A fama de cidade cara ficou para trás. Não é barata (especialmente o transporte), mas como sempre, no geral é mais barata que São Paulo e, ainda acho mais barata que Londres, Paris ou Roma.
A cidade é totalmente limpa e os vienenses são pouco sorridentes e pouco comunicativos (nunca responderam meu bom dia no hotel!!), no entanto, são extremamente organizados, não te atropelam no metrô e falam baixo.
Preços do transporte: 1 viagem = 1.80 euros
                                   1 dia = 5.40 euros
                                   48 horas = 10 euros
                                   72 horas = 13.60 euros
Curiosidade: não vimos banca de jornal; os jornais e revistas são vendidos nas esquinas, no chão mesmo da calçada ou em bolsas plásticas que ficam penduradas nos postes; custam 1 euro... você deposita o dinheiro e pega o jornal, que na verdade, está em um saco aberto, ou seja, se você não depositar o dinheiro pega o jornal do mesmo jeito. Mas não vi ninguém "pegando" jornal e sim comprando.