domingo, 3 de julho de 2011

budapest, a capital do país dos magiares (abril/2011)


A ida de trem de Viena para Budapest é tão chocante quanto de Viena para Bratislava. O trem ficou parado no meio do caminho, que por sinal é bem feio, por diversas vezes sem ninguém explicar o motivo e a viagem que deveria durar 2:50h, durou uma hora a mais.
A chegada na estação Keleti também é um pouco chocante, parece cenário de filme do Kusturica.
Ao lado da estação de trem está a estação de metrô. O metrô é limpo, mas faz os trens de Buenos Aires parecerem recém fabricados. É super antigo, mas tem seu devido charme...

estação keleti

metrô


Ficamos no Hotel Pilvax (diária a 40 Euros num hotel de verdade, muito bom) que é super bem localizado. Deixamos as coisas e fomos logo bater perna.
Budapest é dividida em duas: Buda e Pest. O hotel está no lado Pest que foi o lado que mais gostei. Buda é mais chique, mais limpa e Pest mais escura, mais decadente, contudo tem mais vida. Buda tem uma vantagem, a partir dela tem-se uma ótima visão de Pest.
Nossa primeira caminhada foi pela Váci Utca, turística, cheia de restaurantes com menu do dia. Entramos numa transversal, num restaurante que era num sótão e sem nenhum turista comemos muito bem.

Aí próximo à Vaci Utca, no final dela, está o mercado central de Budapest.




Caminhamos daí até Buda, passando pela Széchenyi Lánchíd (Ponte das Correntes). Já era quase noite e fomos até o Angelika (Batthyány tér nº7) para jantar. A Széchenyi Lánchíd é magnífica e tivemos o prazer de atravessá-la na hora em que as luzes estavam acendendo, na hora em que a tarde não é mais tarde e a noite ainda não chegou, na hora que chamo de hora-azul! Ao atravessá-la você tem do outro lado a visão do Parlamento de Budapest, que também deve ser visto de dia e com as luzes acesas à noite.






À noite um lugar para andar e conhcer bares e restaurantes é o Bairro Judeu. Neste bairro conhecemos um Kert. Um kert é um bar-cinema-local de exposições em espaço aberto, geralmente nos jardins de um prédio antigo, onde há vários balcões com comidas e bebidas (cada balcão tem um dono) e cadeiras, sofás, mobília antiga. Geralmente há aí projeção de filmes mais alternativos ou alguma exposição de arte. Infelizmente não lembro o endereço do que fomos e sem endereço é impossível chegar, já que não há palca na porta; a entrada é nada mais que a entrada do prédio e lá dentro abre-se esse mundo de coisas, pessoas e luzes. Sensacional! Neste kert, por uma das coincidências que a vida nos proporciona, encontramos o casal a quem pedimos informação em Bratislava, descobrimos que eram argentinos e passamos a noite conversando e bebendo juntos.





No dia seguinte fomos conhecer a Sinagoga e tomar café no famoso Gerbaud.



Do Gerbaud fomos conhecer Buda durante o dia. Esta parte da cidade é encantadora. Em algumas esquinas parece cidade de boneca. O que mais me impressionoou foi o Bastião dos Pescadores e a linda visão que se tem do outro lado a partir daí.
Deixo aqui as fotos que falam mais do que as palavras.





Voltando para Pest ainda estão na lista "must see" a Andrassy Utca, grande e charmosa avenida onde estão várias embaixadas e onde está a Terror Háza ou casa do terror. Este museu conta a história do terrível período vivido pelos húngaros sob os regimes ditatoriais do nazismo e posteriormente do comunismo. O prédio foi originalmente usado como sede dos dois governos e hoje apresenta uma exibição permanente, além de outras itinerantes. É uma visita obrigatória para entender o sofrimento de um povo durante tanto tempo, mas prepare-se porque o ambiente é pesado e juro, ao entrar senti um aperto na garganta que durou boa parte da visita.




Saindo da Terror Háza sugiro andar até o final da Andrassy Utca onde está a Hosok Tere (praça dos heróis) e atrás desta o Városliget Park. Além de serem lugares importantes para conhecer turisticamente é bom depois da visita ao museu fazer essa caminhada para espairecer.



Budapest é decadente e charmosa, escura e impressionate, com esquinas feias e esquinas lindas, tem Buda e tem Pest, tudo ao mesmo tempo. Tem muita personalidade e mostra ao que veio. É do Leste. Seu povo é simpático e sua língua é tão impronunciável que nem obrigada você se atreve a aprender e dizer.
Já foi parte de um império e passou pelo horror recente de dois regimes massacrantes. Isso faz a cidade ter esse tom decadente, de quem foi rico, perdeu tudo e tenta se reerguer. Para eles deve ser terrível, para os olhos de um turista pode parecer um pouco charmoso, o que não deixa de ser também terrível.
Amei! Quero voltar lá com mais tempo porque foram só 3 noites.


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