sexta-feira, 22 de julho de 2011

paris (setembro/2010)



Paris é sensacional!
Quem já foi sabe disso e quem ainda não foi imagina que seja realmente assim.
Minha primeira ida a Paris foi em 2003 com Suzana, minha irmã mais nova. Foram somente 3 dias na cidade e estávamos vindo de Londres. A limpeza e organização desta última nos fez ficar um pouco chocadas ao chegarmos em Paris, mais caótica e bem mais suja. Recomendo a quem só tem três dias para ir à capital da França que vá, no entanto, se puder dedicar mais dias a esta cidade espetacular não hesite.
 
Portanto, seguindo meu próprio conselho, na segunda viagem à Paris, em setembro de 2010 com o Marcelo, ficamos 7 dias e, na próxima (porque sim, haverá próxima), ficaremos no mínimo 10.
Antes de Paris estávamos em Brugge, na Bélgica. A viagem de trem de Brugge a Paris dura, se não me engano, 2:40h. A chegada na Gare du Nord não é das mais empolgantes e logo você descobre que está numa cidade caótica e bem turística. Mas não é para desanimar, tudo que está por vir fará valer à pena cada minuto passado na longa fila para comprar os bilhetes do metrô e a encheção de saco dos taxistas oferecendo seus serviços.

Ficamos no Hotel Paris-France (www.paris-france-hotel.com) no 3eme (terceiro arrondissement de Paris). O hotel é altamente recomendável, fica ao lado da estação Republique do metrô e ao lado do Marais, charmoso bairro que merece ser calmamente visitado. Vibrante, repleto de lojas, cafés e restaurantes, o Marais é também antigo gueto judeu e atual reduto gay.

Próximo ao Hotel, na Rue Bretagne no 39, fica o Mercad Les Enfants Rouges, que é um mercado do ano 1615 e considerado o mais antigo de Paris. O lugar não é grande, mas é extremamente agradável e foi uma grata surpresa para a nossa primeira tarde na cidade. Além de barracas de frutas e verduras, o mercado tem barraquinhas de restaurantes com comidas a ótimos preços. Há comida japonesa, crepes, ostras e até comida cajun, característica do sul dos EUA. Ficamos com o couscous marroquino que tinha um cheiro embriagante, um sabor de se comemorar e o preço camarada de 7 euros o prato. Calma aê... quer saber se tinha bebida alcóolica? O nosso primeiro dos muitos vinhos em Paris foi aí no Enfants Rouges, um delicioso rosé por 3 Euros a taça. 
Chegada com pé direito, lindo dia de sol, um belo mercado para nos fazer surpresa, preço bom na comida e bebida... Paris estava sendo camarada conosco e se manteve assim nos nossos 7 dias de viagem.

barraquinha marroquina no mercad les enfants rouges

Ainda no Marais: Centro Georges-Pompidou (prédio de arquitetura high tech, com ótimo acervo e uma bela vista da cidade); Museu Carnavalet (conta a história da cidade e é grátis); Place des Vosges; Maison Européene de la Photographie; muitos bares, restaurantes, lojinhas, galerias de arte, livrarias e a Rue de Rosier que merece um parágrafo à parte.
 Esta simpática rua abriga lojas e cafés de origem judaica (portanto seus estabelecimentos comerciais fecham aos sábados e abrem aos domingos), mas tem o seu ápice gastronômico no falafel do L'As du Fallafel. Uma gulodice originária do oriente médio que aí nesta rua encontra sua tradução mais que perfeita. Não deixe de comê-lo pelamordedeus!

Pompidou
Paris vista do Pompidou

o melhor fallafel do mundo com cerveja kronemburg
rue de rosiers à noite

place des vosges

Outra rua legal no Marais é a Rue Montorgueil, perto do Les Halles. Esta rua é uma rua de pedestres cheia de cafés. Sentamos numa mesinha de calçada em um dos cafés e pedimos duas cervejas. Pedimos também uma porção de azeitonas e o garçon disse que azeitona aquela hora não podia servir (???!!!). Eram umas 14 horas... vá entender...

Pesquisando em guias e blogs antes de viajar, li que a Ile Saint-Louis ainda conserva um ar interiorano. Ou os artigos que li eram de outra década, ou fui na ilha num dia de festa local. A estreita ilha, cercada pelas águas do Sena, com suas poucas ruas e lindas construções, supostamente deveria ser um local singelo. Entretanto, a multidão que aí estava tentava caminhar pelas estreitas calçadas e suprimia qualquer sinal de bucolismo que outrora existiu. A fila em frente à famosa sorveteria Berthillon é de desanimar qualquer um. 

Já na vizinha Ile de la Citée, por abrigar a famosa catedral Notre Dame, é esperado haver multidões de turistas e quase nenhum sossego. Mas as duas ilhas são lindas, caminhar por suas ruas é obrigatório e vê-las de longe e de perto é fundamental.


Do outro lado das ilhas, indo em direção à margem esquerda do Sena, está o Quartier-Latin. É aí onde estão a Sorbone, os mais variados cafés e restaurantes (alguns turísticos demais), o Pantheón e seus arredores (tudo muito lindo), a mesquita de Paris (onde se deve ir tomar um café ou comer no restaurante) e o mercado da Rue Moufetard, onde comemos deliciosos figos frescos tomando vinho rosé.
Para quem interessar possa, na Rue de Verneuil 29, próximo à École des Beaux-Arts, está a casa onde viveu e morreu Serge Gainsbourg. Não se pode entrar na casa, apenas vê-la por fora e imaginar como é o seu interior e, principalmente, imaginar como era a vida desse sujeito incrível que andou por estas ruas e deixou sua marca na cidade, no país e no mundo.

casa de gainsbourg
rstaurante da mesquita de Paris

arredores do Panthéon
arredores do Panthéon
  
Voltando para o outro lado, para a margem direita do Sena, a Rive Droite, numa boa caminhada pode-se conhecer a Place de la Madeleine, a Place Vendôme, a Place de La Concorde e seguir para o Petit e Grand Palais e daí para a Champs Elisée, dando uma passada na Av de Montaigne.
Na Place Madeleine o legal é conhecer as lojas de comidinhas, a Fauchon e a Hediard. O que tem lá? Entre! Deixe seus sentidos serem estimulados pelas cores e cheiros de tudo que aí está. Mas prepare o bolso!
A Place Vendome é podre de chique. Aí está o Ritz de Paris, lindas mulheres com saltos altíssimos e nos seus arredores lojas proibitivas até para quem pensa que é rico e aí descobre que decididamente não é.
Entramos no Petit Palais (não no Grand) onde tinha uma ótima exposição de fotos. O prédio é lindo por dentro e a exposição permanente também vale à pena. A entrada é "free".
A Champs Elisée para mim é uma avenida bem "chatex". Lojas caras, cafés que te exploram, enfim... nas ruazinhas transversais pode-se encontrar lugares legais para passar um tempo e apreciar a vida, aí mesmo na avenida, nem pensar.
A Av de Montaigne, com suas exclusivíssimas lojas de grifes pomposas, é tão inacessível, mas tão inacessível, que se torna menos chata que a vizinha Champs Elisée, já que aí você não tem chance de comprar nada mesmo. 

Place de La Concorde



Place Vendôme
"Não compre nada na Av Montaigne"



Montmartre!
A Paris chique está na Rive Droite, a Paris que mais me agrada está na Rive Gauche, mas do lado direito há um lugar, um bairro, uma outra Paris dentro de Paris, que é Montmartre, onde um dia hospedar-me-ei.
Nesta viagem passamos um dia em Montmartre, pois fomos logo cedo pela manhã para tomar nosso "petit déjeuner", caminhar por suas ruelas (Lepic, Abbesses, Place du Tertre, ver a Sacre Coeur, a casa onde moraram Van Gogh e Theo, sentar em um dos cafés para comer e tomar vinho e tomar sorvete de Myrtillo na Amourino).




Quando estávamos indo embora, no fim da tarde, vimos na Rue Lepic um bar com uma cave onde tocava jazz. Decidimos ir dormir um pouco e voltar mais tarde. Foi um programa maravilhoso: um incrível show de jazz grátis, onde só se pagava o consumo (e educadamente o garçon pergunta logo o que você irá consumir).




Falar em consumir, duas diquinhas de Bar au Vin: Au Bistrot e Les Rubis (10 rue du Marche St Honore). Neste link há mais dicas de bares de vinhos: http://www.guardian.co.uk/travel/2008/aug/05/paris.bars



Para os fãs de cinema: visitar a Cinémathèque Française. Quando fomos vimos uma exposição interessantíssima sobre as loiras e morenas na história do cinema.


Nosso último dia em Paris foi nos pitorescos arredores da Place D'Italie, almoçando num restaurante francês-basco sui-generis, chamado Chez Gladines, onde as mesas são comunitárias, o atendimento é familiar e a comida é maravilhosa.



  
Fechamos o fim da tarde-início da noite com um mini picnic nas margens do Sena, em frente à Notre Dame. E voilá!




Perguntinhas básicas:
1) vale à pena fazer um passeio de barco pelo Sena? Sim, vale! O passeio é turistão, mas a visão compensa tudo. O Batobus tem um ticket onde você pode descer e subir nos pontos de parada do barco. Aproveitamos para unir deslocamento pela cidade ao passeio turístico.
2) vale à pena enfrentar as filas para subir na Torre? Sim, vale! Mas só uma vez na vida. Já tínhamos subido na Torre anteriormente, então, mesmo estando 7 dias na cidade, preferimos vê-la somente de baixo, o que é e acho que sempre vai ser assustador, devido à sua magnitude.
3) Martha, você não comeu macarrons da Ladurée? Sim, comi, e não amei. Descobri que não sou fã de macarrons. O de figo é o melhor. Mas para mim o must da Ladurée é o "mille-feuille". Anbilivêbôl!

Diquinha para terminar: antes de programar uma viagme a Paris não deixe de ler o Conexão Paris, blog completísismo, cheio de dicas de uma brasileira que mora lá há anos.

Impressões Parisienses:
- Os franceses tornam-se muito educados e solícitos quando se começa a frase com um "bonjour"; um pouquinho da língua francesa e toda aquela imagem que se propaga do mau humor parisiense cai por terra.
- Eita povo que se veste bem...
- Tomar vinho nos restaurantes é caro; bem mais barato é comprar nos mercados e vinotecas.
- A mistura racial em Paris é riquíssima.
Não espere copos e talheres muito limpos. Tem que desencanar ou vai entrar em paranóia. E em muitos restaurantes tem aquelas mosquinhas de fruta. Será pelo vinho que se toma em quantidade absurda?

- Paris é suja, cheia de gente, fede, tem metrô sujo, lotado e com cheiro de urina (e de otras cositas mas...), é cara e ainda assim é linda e dá vontade de voltar!








  




2 comentários:

  1. Muy buena idea!!! hermosas fotos con comentarios e impresiones interesantes... gracias por compartir los viajes, voy a trtar d seguirlos. Cariños! Stella
    PD: perdón por el "anónimo"...

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  2. Muchas gracias, Stella! Que bien que te gustó. Seguinos que vamos siempre atualizar el blog.

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