sexta-feira, 22 de julho de 2011

brugge (setembro/2010)

A Bélgica parece ser um país um pouco esquecido pelos turistas. Sempre fica a dúvida: ir ou não ir visitá-la?
Já que o nosso roteiro tinha como principais cidades Asterdam e Paris, e Brugge tem acesso relativamente fácil a estas cidades, decidimos visitar a Bélgica. Sua capital e a Antuérpia, outra cidade importante do país, vão ficar para a próxima.

Brugge é a capital da região de Flandres e tem como língua oficial o flamengo. Sua história é deveras interessante. A cidade, que data do século IX,  foi durante muito tempo um dos centros comerciais da Europa, graças ao seu acesso direto para o mar. Além disso, no século XV, serviu de moradia para artistas e pintores famosos. Porém, por volta do século XVIII e início do XIX, Brugge perdeu seu posto comercial, tornou-se uma cidade esquecida e empobreceu, renascendo somente no século seguinte, até ter seu centro histórico tombado pelo patrimônio em 2000 e tornar-se capital européia da cultura em 2002.

Ir de trem de Amsterdam para Brugge leva menos de 3 horas, com conexão em Antuérpia ou Bruxelas.

a bela estação de trem de Antuerpia


O hotel que ficamos chama-se Hotel Van Eyck (http://www.hotelvaneyck.be/) e tem esta descrição no seu site (em português!): "originalmente uma residencia típica do século XVIII, o Hotel Van Eyck foi reconstruído e adaptado com o objectivo de proporcionar o conforto esperado pelos nossos clientes. Alguns detalhes de Art-Nouveau são ainda visiveis tal como a escada em espiral de acesso ao primeiro e segundo andares. O hotel está situado no coração da cidade, à sombra da Torre dos Sinos e a dois pasos de lojas e dos sítios de maior interesse histórico e cultural."
Assino embaixo da descrição, recomendo o hotel e digo que ele fez a nossa viagem ser ainda melhor; o atendimento e a gentileza da sua hostess, a Mireille, faz o lugar ser ainda mais especial.

hotel van eyck

hotel van eyck

Fazer um bate e volta a Brugge, como muitas pessoas fazem, é algo que se eu tivesse feito tenho certeza de que me arrependeria muito. Tínhamos decidido passar duas noites na cidade e foi uma decisão bem acertada.

Brugge é encantadora e aproveitá-la durante a noite é algo que eu ficaria com muita vontade de fazer caso não o tivesse feito.

Para saber o que fazer na cidade é só pegar um mapa com informações turísticas e caminhar... caminhar... dá para andar pela cidade toda à pé. Caso o meu amigo leitor vá ficar no Hotel Van Eyck, não precisa preocupar-se com nada, já que a Mireille te dirá todos os lugares onde ir e te dará mapinhas. Deixo aqui o relato em fotos das caminhadas que fizemos:








Para falar da noite de Brugge, conto aos senhores os bares que fomos e as cervejas que tomamos (éééé, afinal estamos na Bélgica, terra da cerveja):

- qualquer restaurante turístico com mesas na calçada vai ter um delicioso "moules & frites" o qual eu comi dois dias seguidos, devidamente acompanhado por Brugse Zot (uma cerveja de fabricação local);



- 't Brugs Beertje (Kemelstraat 5): lindo pub onde tomamos cerveja "vintage" e pão com patê;



 - Cambrinus (Philipstockstraat 19): famoso bar cujo cardápio de cervejas é o maior que eu já vi; aí tomamos Delirium Tremens e Urthel;





- De Garre (De Garre, 1): pub De Garre, na rua De Garre, que fabrica a cerveja com nome... De Garre; é difícil de achar, mas procure para ter uma ótima recompensa no final; aí tomamos a cerveja deles, óficórsi, e comemos mais pão com patê!





- Café Vlissinghe (Blekersstraat 2): café do ano de 1515, conhecido como a taverna mais antiga de Brugge; aí fomos novamente de Brugse Zot e Vieux Temps;





 
- quando pensava em ir para o hotel,  Marcelo inventou uma saideira no Lokkedize (Korte Vulderstraat 33), bistrozinho onde costuma ter shows de jazz, mas que já estava fechando as portas; 



Impressões Bruggianas:


- vale à pena visitar, mesmo que seja meio contra-mão, e tem que dormir, nem que seja uma noite;
- Os belgas, pelo menos os de Brugge, são atenciosos e não são cara feia, mas também não ficam rindo à toa;
- Há mais de 700 cervejas belgas (segundo eles). Só no Cambrinus a carta tinha 400 (também segundo eles que eu não contei, né);
- A língua na Bélgica é o neerlandes ou o flamengo, mas esta última não pode ser escrita, somente falada (!);
- Os primeiros habitantes da cidade foram os flamandes e a região tem o nome de Flandres;
- Brugge tem 120.000 habitantes, 2 cinemas e uma cinemateca (!!). Nos cinemas estavam em cartaz The Tree, filme francês com a Charlotte Gainsbourg, e Tio Boomne, último filme do Apichatpong Weerasethakul; na cinemateca ía ter um curso de cinema americano ("de Griffith a Allen") e cinema europeu ("de Lang a Akerman"). Impressionante!!!

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