quinta-feira, 28 de julho de 2011

amsterdam (setembro/2010)

Amsterdam, capital da Holanda (Países Baixos), é uma cidade conhecida por seus inúmeros canais e por seu comportamento liberal.
Falando em comportamento liberal, uma das primeiras curiosidades sobre Amsterdam é o símbolo da sua bandeira, que é um XXX. Isto te obriga a fazer uma conexão imediata com o outro significado do símbolo que deriva do X-rated americano, denominação usada para advertir sobre conteúdo pornô.
O símbolo está espalhado por todos os cantos da cidade e isso pode fazer os não conhecedores da bandeira pensarem que a cidade é realmente muito liberal e que se orgulha deste fato.  Mas a coisa não é bem assim, os "x" são apenas coincidências. A bandeira da cidade foi instituída em 1975 e os 3 "x" representam as 3 cruzes de Santo André. 


Nossa viagem para Amsterdam foi em setembro/2010 e o roteiro foi Amsterdam - Brugge - Paris. Ficamos 5 dias na cidade e o hotel escolhido foi o Ibis City Stopera, que é central e tem fácil acesso aos pontos principais, seja caminhando ou com transporte público. A cidade não tem acomodações baratas (exceto hostels) e o custo em geral para o turista também não é nenhuma bagatela, mas nada assustador, o gasto maior é mesmo com hospedagem.

 


Logo ao chegar fomos caminhando até a Nieuwmarkt, que junto com a Dam, são as duas principais praças do centro de Amsterdam. Ao redor da primeira há vários cafés, restaurantes e coffee shops, além do De Waag, originalmente uma porta de entrada da cidade medieval. Já na Dam estão o Palácio Real e Niewe Kerk (Igreja Nova) e partindo daí, caminhando pela Damrak, avenida tulmutuadíssima e cheia de lugares pega-turista, chega-se à belíssima Central Station.
Na Nieuwmarkt paramos no t'Loosje. Estávamos com fome, mas o lugar não tinha comida, apenas bebidas, então fomos de Duvel (cerveja belga com teor alcóolico de 8,5%) e Leffe Blonde (também belga e um pouco mais levinha, 6,6% de teor alcóolico). À partir daí descobrimos que à noite é difícil conseguir lugares para comer na cidade, visto que a maioria dos lugares segue a linha que chamo de "only drink, no food".


Jet leg + Duvel = turvação visual

Caminhando sem rumo chegamos então ao famoso Red Light District, que está aí ao lado da Nieuwmarkt e ao lado da Oude Kerk (Igreja Velha)!
(aliás, um dos coffeshops da região, chama-se Coffeeshop "De Oude Kerk". Isso é que é convivência pacífica!!)
Não sou especialista em Red Light District, mas o local pareceu-me ser dividido em sub distritos para facilitar a escolha do freguês. Assim, há ruas de louras, negras, latinas, obesas que mostram com orgulho os kilos de celulite e até rua de travestis. O lugar merece ser visitado, mas definitivamente não é o melhor de Amsterdam, já que as hordas de marmanjos no cio, misturadas aos montes de turistas curiosos, faz do local um tulmuto só.
O R.L.D não tem somente prostitutas, também está repleto de sexshops e casas de shows eróticos. No entanto, o mais interessante é ver a convivência harmoniosa entre turistas, as "moças trabalhadoras" e os moradores locais, sendo muitos destes velhinhos que têm suas casas em cima da portinha de luz vermelha com moçoila de trajes mínimos na vitrine.

R.L.D. de longe, já que de perto não se pode fotografar as moças em horário de trabalho

Amsterdam tem uma arquitetura muito característica e suas casas estreitas de poucos andares têm grandes janelas que estão quase sempre com as cortinas escancaradas. Ou seja, pode-se apreciar facilmete a privacidade dos seus habitantes. Será que vem daí a predileção da cidade pelas vitrines exibicionistas? Já ouvi dizer que sim...

Outra curiosidade da cidade é o gosto dos seus habitantes pelas bicicletas. Vi muita bicicleta nas ruas de Berlim, mas Amsterdam é "hours concours".




No segundo dia de viagem fomos conhecer os canais do Jordaan (pronuncia-se iordán), bairro originalmente ocupado pela classe operária e posteriormente transformado em local de galerias de arte, lojinhas e restaurantes. Foi o distrito da cidade que eu mais gostei de conhecer!
É no Jordaan onde pode-se observar bem o desnível do terreno que caracteriza a cidade. Amsterdam foi construída sobre ilhas (o país fica abaixo do nível do mar), separadas por grande número de canais que estão dispostos de forma concêntrica. Seu subterrâneo é, portanto, formado por água e a olho nu pode-se ver que as casas estão bem inclinadas, umas encostando-se nas outras como se fosse para não cair.
O Jordaan é local para ser apreciado de dia e também à noite, devido aos seus muitos cafés, que detalhe, fecham cedo. Fomos ao II Priesen e ao 't Smaller.

Jordaan

casa torta
Café II Priesen


Próximo ao centro da cidade há um local com história muito interessante, o Begijnhof. Os "hofjes" são jardins internos cercados de casas que eram construídas na Idade Média para serem moradia de mulheres, a maioria delas que havia perdido seus maridos nas Cruzadas. As mulheres que aí moravam eram chamadas de Beguines. Elas viviam num regime que era tipo uma semi-clausura, mas não eram freiras, apenas faziam trabalhos religiosos e poderiam voltar para o mundo e casar, se assim quisessem. O mais antigo destes hofjes é o Begijnhof e nele está a casa mais antiga de Amsterdam. A última Beguine de Amsterdam morreu em 1971.

área externa do Begijnhof; a casa está quase caindo em cima do cara que vai passando


A região dos museus é um "must go". Visitamos o Rijksmuseum e o Museu Van Gogh. Aí próximo, a rua Hoofstraat alberga lojas de grifes famosas e alguns restaurantinhaos legais (nada baratos).



Na Albert Cuypstraat, que fica no De Pjip, bairro multicultural (vários imigrantes), animado e cheio de opções, há um mercado, o Albert Cuypmarkt, onde vende-se de frutas e verduras a roupas e badulaques. Mas o melhor desta rua é o Bazar, restaurante de comida turca com referências multi étnicas na decoração, atendimento simpático (coisa rara na cidade) e comida ótima. Foi então, em Amsterdam que tomei pela primeira vez Effes, a ótima cerveja turca. O Marcelo foi de Affligem, outra belga e também de abadia, assim como a Leffe. Ah, a Heineken, tão detestada por mim no Brasil (não suporto nem o cheiro), é deliciosa no seu país de origem.




A região dos canais Sul é muito linda e é onde mais vimos as famosas casas-barco que caracterizam a cidade. No Café Bouwman que fica na Utrechtsestraat, 102 comemos uma "apple pie" divina no nosso desjejum.
Estes cafés de Amsterdam, que estão aí há anos, geralmente são de madeira escura e impregnados com odor de tabaco, servem de café, restaurante e bar, ou seja, funcionam como pubs. Já os "outros" cafés, os coffeeshops, onde o consumo de marijuana é liberado, variam dos mais moderninhos aos decadentes e vazios (ou com somente um maconheiro perdido lá dentro) com fotos de Bob Marley e da bandeira jamaicana (precisa ser tão clichê??). 



Careca no Café Bouwman devorando a torta de maçã

Ficamos 5 dias em Amsterdam e no último deles fomos conhecer Volendam, cidade vizinha e à beira-mar (post à parte).

Impressões Amsterdanesas:
- a cidade não é barata;
- a Heineken holandesa é uma grata surpresa;
- o povo é mau humorado e de poucos sorrisos;
- as lojas do calçadão central só abrem ao meio dia (?); 

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