sábado, 6 de agosto de 2011

barcelona (maio/2010)

Uma das cidades mais fascinantes que já conheci, Barcelona é lugar para ir várias vezes, pois é divertida, diversificada e vibrante. Se eu pudesse iria lá uma vez ao ano... aliás, se eu pudesse passaria um tempo da minha vida por lá.

Barcelona é a capital da Cataluña e seus habitantes orgulham-se do fato, preservando a sua cultura e a sua língua, que é única. O misto de catalão com castellano já é uma das primeiras coisas que chamam a atenção e te conquistam em Barcelona.

A cidade é um mix da sua própria cultura, com a cultura espanhola e com a cultura dos muitos imigrantes que a escolheram como lugar para viver. Sim, porque a cidade é sedutora e te convida a ficar.




A primeira vez em Barcelona foi em dezembro de 2007, em plena virada do ano. Ficamos na casa de Patrícia uma amiga argentina que morava no bairro de Gracia (ótimo bairro, por sinal), ao lado do lindo Hospital Sant Pau, que data do século XV e foi construído pelo arquiteto catalão Domènech i Montaner.

Hospital Sant Pau

Hospital Sant Pau


Os dias foram de turismo básico: Parc Güell, Sagrada Família, Montjüic, Barceloneta, Las Ramblas, Plazas Catalunya, Espanya, Reyal, Bairro Gotico e Raval.

Parc Güell
Parc Güell

Parc Güell

Plaza Reyal

Barceloneta

Barceloneta

Como já disse, era final do ano e passamos aí o reveillon, que em termos de comemoração de rua é bem ruim: todos bêbados nas Ramblas e a tradição é quebrar as garrafas depois de vazias (!).

Na segunda viagem, em maio/2010, fiquei na cidade uma semana e pude sentir melhor o gosto do lugar. A estadia foi num Hostel não recomendado para amigos (só para inimigos), no bairro de Gracia, perto do metrô Fontana. O local é ótimo, longe da multidão de turistas, mas o hostel tinha falhas demais para o meu gosto (banheiro quebrado, água que não esquenta, dono não muito educado).

Cheguei de avião, vindo de Sevilla para encontrar o Marcelo que vinha de Madrid. Os primeiros momentos foram desanimadores porque ao descer as escadas do metrô carregando minha mala e com a mochila nas costas, fui vítima do golpe do vou-te-ajudar-a-carregar-sua-mala-enquanto-meu-comparsa-abre-a-sua-mochila. Tudo muito rápido e por sorte só me levaram um casaco e um cachecol. O passaporte, cartões e dinheiro eles não levariam porque estes só andam colados no meu corpo, jamais na mochila. Ao chegar ao hotel vi outros brasileiros desesperados com o roubo de seus passaportes e relato de que a polícia estava lotada de pessoas na mesma situação. Lamentável! Mas este foi o único infortúnio da viagem, foi só a chegada que foi com o pé esquerdo.

No primeiro dia já fizemos uma ótima saída noturna pela região do Paseig de Gràcia e fomos a três lugares que super recomendo:
- QuQu (Passeig de Gràcia, 24) - tem uma sangria de cava deliciosa
- Tapaç 24 (Diputació, 269)
- Cerveceria Catalana (Mallorca, 236)
As tapas em Barcelona existem, são variadas e às vezes têm toques gourmet, no entanto, diferentemente de outras regiões da Espanha, elas não são "free". Se você pedir bebida terá somente bebida.
A cava é a versão espanhola da champagne francesa. Foi criada no final do século XIX e está no páreo até hoje. Delícia pela qual devemos dar graças aos céus!!!

O Paseig de Gràcia, com vários prédios desenhados pelos arquitetos do movimento modernista e onde viveu a burguesia no início do século XX, é avenida para ser toda explorada à pé. A avenida atualmente é fashionista e cheia de lojas de grife. Uma loja merece ser visitada, a Viçon com seus apetrechos para casa confeccionados pelos designers que povoam Barcelona.
Os prédios mais famosos do Paseig de Gràcia são a Casa Milà e a Casa Batlló, ambas construídas por Gaudí, arquiteto que junto com Domènech i Montaner e Puig i Cadafalch formava o principal trio do movimento modernista. No final do século XIX e iníco do XX as famílias burguesas queriam morar em casas as mais elaboradas e linda possíveis, assim financiavam estes arquitetos permitindo que fossem criadas obras que estão aí até hoje, como um museu a céu aberto. Além dos prédios mais famosos que já citei, merecem também ser vistos a Casa Lleó Morera e Casa Amatller.

Paseig de Gràcia


Casa Milà


Casa Milà

Casa Milà


Casa Batlló

Casa Batlló

Casa Batlló

Casa Batlló

As construções de Gaudí são mundialmente famosas e com visitas disputadíssimas em Barcelona, mas tenho uma queda pelo que Domènech i Montaner deixou como legado na cidade, a exemplo do Palau de La Musica Catalana, que merece não só uma visita guiada, mas a entrada paa ver um show ou concerto.

Seguindo pelo Paseig de Gràcia chega-se à Plaza Catalunya, com suas mega lojas de departamento e sua muvuca turística peculiar, e dái chega-se às Ramblas, lugar que é passagem obrigatória, mas quanto menos visitado melhor (pouco atraente, muvucado e cheio de golpistas prontos para passar a mão na sua carteira).
À direita das Ramblas, o El Raval. Bairro de imigrantes paquistaneses, chineses e muitas nacionalidades mais, portanto, bairro multicultural, lotados de bares, lotado de gente dos mais variados estilos, é no Raval onde estão o MACBA (museu de arte contemporânea de Barcelona) e o Mercado Boqueria (lotado, mas onde é mandatório sentar-se no balcão de um de seus bares, pedir uma bebida e cair na esbórnia dos frutos do mar).
À esquerda das Ramblas, o Bairro Gotic, bairro mais antigo do centro histórico, com resquícios da dominação romana. É bom demais perder-se pelas ruas medievais do Gotic.
Não se pode deixar passar:
- Igreja de Santa Maria del Mar;
- Plaza San Felipe Neri;

- Plaza Del Pi;
- Plaza Reyal;
- Portal Del Angel (onde há várias lojas para comprinhas);
- ruínas do templo de Augusto;
- Bairro judeu (fica entre as ruas Banys Nous, Call e Bisbe; nas suas ruelas estreitas viveu a comunidade judaica na Idade Média)






Agora, na próxima viagem para Barcelona quero ficar no El Born. O bairro é incrível, com muitas bares, lojas, restaurantes e ateliers modernetes espalhados por suas ruas medievais, o que dá o tom da cidade, o antigo lutando para manter-se vivo e o novo, muito novo, despontando a cada esquina. 
É no Born que estão:
- Paseig del Born;
- Mercat del Born (quando eu fui estava em restauração, pois numa reforma encontraram vestígios arqueológicos no local... será que vai virar centro cultural ou museu?);
- Carrer del Comerç;
- Carrer del Rec;
- Mercat Santa Catarina, com seu maravilhoso restaurante, o Cuines Santa Catarina;
- e a minha rua predileta: a Carrer de Montcada, onde está o Xampanyet;
O Xampanyet é um bar que te hipnotisa. Em poucos dias virei "habitué". Eles servem sua própria cava, o xampanyet, e as tapas estão divinamente atrás do vidro do balcão esperando a sua eleição. Só reze prá conseguir entrar e conseguir um lugar em pé no balcão (em pé, porque sentada eu nem me atrevi a tentar).




As duas melhores experiências gastronômicas em Barcelona, além do Xampanyet, foram o Cal Pep e o Botafumero.
Cal Pep (Plaça de les olles, 8): uma pracinha, uma portinha difícil de ser vista (mas procure!) e um restaurante sem mesas, somente com um balcão, a cozinha e os cozinheiros ali na sua frente. Delícias das delícias! Comi calamares (lula) a la plancha, bebi cava (óficórsi) e de sobremesa comi espumes de xocolat. 
Botafumero (C/ Gran de Gràcia, 81): restaurante tradicional, mais chique e formal que o anterior, com uma comida inigualável e um atendimento idem. Risoto de calamares (de novo!) en su tinta, tomei cava (de novo!!!) e de sobremesa um pratinho com um sortido de doces. 

O mais legal é esta história. 
No Botafumero pedi uma taça de cava e uma entrada com azetitonas sortidas (deliciosas), escolhi como prato principal o que falei anteriormente e o garçon educadamente me falou que demoraria uns 20 minutos para o preparo. Estava sozinha no restaurante, pois eram 18 horas, não era hora de almoço, muito menos de jantar e o Marcelo já tinha voltado para o Brasil. Falei que tudo bem. Quando o prato chegou e eu faminta dei a primeira garfada vi que tinha camarões. Ai, meu deus! Será que não vi que tinha camarões na descrição do prato e vou ter uma crise alérgica se comê-lo? Chamei o garçon, toda sem graça e perguntei se tinha me enganado. Ele disse que não, que os camarões haviam sido uma cortesia. Ay, ay, ay! Tive que dizer que eu não poderia comer aquele prato, pois sou alérgica a crustáceos. Ele pediu mil desculpas, foi providenciar outro e me serviu uma outra taça de cava. A esta altura aceitei porque, apesar do medo da conta que viria, o que eu iria fazer sozinha, esperando mais 20 minutos? Tinha que pensar como a vida é bela, mas tinha que ser acompanhada por mais uma taça de cava. O prato chegou. Um dos melhores que comi na vida! Ao final, já cheia, respondi que não queria café ao ser questionada e pedi a conta. Veio um pratinho com 5 mini doces!!! Ay ay ay! Falei que não havia pedido sobremesa e o garçon me disse que era cortesia da casa pelo erro cometido e também me ofereceu o café. Além disso, não cobrou a segunda taça de cava. Não foi uma experiência sensacional???? Não é uma aula de como atender bem um cliente??? Um dia volto lá!!!

Para terminar a viagem, fiz um passeio pelo bairro onde estava hospedada, o qual adorei e escolheria como minha moradia caso vivesse em Barcelona. Aí em Gracia, pode-se visitar a Casa Vincens, construída por Gaudí para ser moradia de um burguês, o Cine Verdi na rua de mesmo nome, além de várias pracinhas que você vai achando pelo caminho.


Barcelona é empolgante e escrever sobre a cidade, lembrar de tudo que fiz nas duas vezes em que lá estive, não podia gerar em mim outra coisa que não fosse a imensa vontade de voltar.



Um comentário:

  1. Huuum adorei a historinha do garçom, manda ele para Aracaju, pois estamos precisando demaaaaaaais!
    As fotos estão muito lindas!

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