quinta-feira, 14 de maio de 2015

Dubrovnik

Estamos em maio de 2015 e há 3 meses e 20 dias vivendo em Madrid.
A idéia de aproveitar a cidade enquanto não tenho nada concreto para fazer sempre me encantou e continua me encantando. Mas a coceirinha para viajar sempre vem.

Nesses três meses e meio fui para Londres encontrar minha irmã, para Valência, realizamos o sonho de conhecer a Polônia e, por culpa da maravilhosa Norwegian Airlines (que tem ofertas de passagens impressionantes e wi-fi durante o vôo, o que é simplesmente relaxante para quem voa tenso) fomos semana passada para Dubrovnik.


A vontade sempre foi de andar pela Croácia inteira, mas o "budget" atual não permite alugar carro nem muitos deslocamentos. Então, foram 4 dias em Dubrovnik, com um bate e volta até a Bósnia.

Dubrovnik (seu primeiro nome era Ragusa) foi fundada no século VII com a junção das cidades de Laus e Dubrava (um assentamento eslavo).
Hoje um dos pontos mais visitados por turistas na Europa, a cidade já esteve sob domínio de vários povos e impérios (impérios otomano e bizantino, sob domínio de Veneza e também de Napoleão), além de ter sofrido bastante com um terremoto em 1667, com a Segunda Guerra Mundial e com a guerra decorrente da dissolução da antiga Iugoslávia, país do qual fazia parte.
Hoje, tudo isso é passado (ainda que a guerra Iugoslava faça parte de um passado muito recente) e a bela cidade, conhecida com a Pérola do Adriático, encanta desde o pouso do avião até a sua partida.

Dubrovnik vista da janela do avião, minutos antes do pouso


Famosa por suas muralhas, sobre as quais se pode caminhar, Dubrovnik junta praia, bares e restaurantes moderninhos e o mundo de história que já passou pelas ruas do seu centro antigo.

Logo na entrada da cidade antiga vemos a principal porta da fortaleza medieval, a Porta de Pile, que será referência para sua chegada do aeroporto, para ida a alguma excursão e para uma das entradas para a muralha.

Próximo à porta de Pile, existe uma fonte que data do século XV e foi construída como parte do sistema de abastecimento de água na cidade. Sua água é potável. Falo da fonte de Onófrio.

Saindo da fonte em direção ao restante da cidade está a Stradum (ou Placa) que é a principal rua da cidade antiga e une as portas de Pile e Ploçe. Esta rua, feita de calcário polido pelo tempo de uso, brilha mesmo durante o dia e torna-se irresistivelmente bela à noite.



arredores da Porta Ploče

Ainda na região da Stradum estão o Palácio dos Reitores (antiga residência oficial do reitor, que era a autoridade máxima da república), o Palácio Sponza (que no passado foi sede de escritórios estatais) e a Farmácia Medieval (Stara Ljekarna) que continua em funcionamento.

Além disso, há muitas igrejas e pracinhas em Dubrovnik.
Em alguns momentos a cidade lembra Veneza, por suas ruelas que se abrem em praças (hoje obviamente tomadas por bares e restaurantes).

Sim, a cidade é muuuito turística. Relaxe e prepare-se para ser mais um deles.
Mas há pracinhas menos povoadas, só que, fui na Primavera, e pela quantidade de gente que vi não quero imaginar o que é a cidade em pleno verão.

Também é bom ter em conta que para ir para Dubrovnik é importante ter pernas e joelhos preparados. A cidade é repleta de escadarias que a deixam especialmente charmosa, mas cansam.




Nós, por exemplo, ficamos em um apartamento alugado pelo Airbnb que era no topo da rua, contei cerca de 120 degraus para chegar em casa. Cansei? Sim, é cansativo, mas Dubrovnik é delirantemente linda, o que faz com que cada degrau valha a pena.

Que dizer de subir a Fortaleza Lovrijenac e ter essa vista?




Essa fortaleza é impressionante e dizem ter sido construída em apenas 3 meses. A inscrição em latim que está na entrada principal é um dos lemas da cidade: "Non bene pro toto libertas venditur auro" (a liberdade não se vende nem por todo o ouro do mundo). No seu interior há apresentações de clássicos do teatro com Hamlet, além disso serve de cenário para a série Game of Thrones.

Fortaleza Lovrijenac

O ingresso para a Fortaleza Lovrijenac é agregado ao ingresso das muralhas e custa 100 kuna, a moeda croata (em maio/2015 1 euro = 7,35 unas). Tanto você pode comprar o ingresso para a muralha e com o mesmo ingresso ir na fortaleza, como pode comprar o ingresso da fortaleza por 30 kunas e pagar mais 70 ao subir nas muralhas. Não aconselho fazer os dois no mesmo dia, a não ser que seu fôlego seja de atleta. Nós fomos primeiro na fortaleza e no dia seguinte à muralha. E andando por essa última o que se vê é nada mais nada menos que isso aqui:



 Nessas duas fotos vemos uma das "praias" que ficam nas encostas da muralha.


Dubrovnik não é uma cidade barata. Hospedar-se na cidade antiga pode custar uma fortuna (nosso apartamento custou 47 euros a diária, foi um achado). Comer por menos de 10 a 12 euros um prato também é bem difícil, mas mesmo com orçamento apertado sempre há soluções: pizzas, sanduíches, crepes.

Comemos uma dia num lugar mais legal, e consequentemente mais caro que uma pizza, porque lendo um blog vi indicação de um restaurante bósnio com ótima comida. O restaurante é o Taj Mahal (sim, é bósnio, creia) e o que comi foi a especialidade da casa, uma massa folhada muito fininha e crocante recheada com carne e champignon, acompanhada por uma batata com um molho de queijo. Tomamos cerveja bósnia, claro!
Taj Mahal no tripadvisor




Neste que foi o primeiro dia da viagem ainda não sabíamos se iríamos passar um dia na Bósnia ou em Montenegro, então por via das dúvidas comemos a comida bósnia que me gerava tanta curiosidade. O Marcelo comeu o que é mais típico do país que é o Ćevapčići, pedaços de carne em formato de salsicha (lembra kafta) servidos dentro de um pão tipo pita, acompanhado com cebola e uma manteiga meio suflê. Depois de dois dias repetimos esse prato na nossa ida à Bósnia, mas isso é assunto para o próximo post.

Saindo pelo portão principal, o Portão Pile, fica fácil de achar o ponto de onde saem ônibus municipais em direção ao restante da cidade. O mapa de linhas fica aí no ponto e o quiosque onde vende o bilhete também é facinho de achar. É um passeio mais do que recomendado para conhecer o restante da cidade e não somente a cidade antiga. Nós fomos de um lado a outro e vimos uma cidade muito organizada, sem prédios altos, limpa e que dá a sensação de ser bem segura.

vista do ônibus ao ir chegando em Dubrovnik
foto do porto e da ponte que peguei da internet (não é minha)

O fato é que amei Dubrovnik e deixo aqui algumas diquinhas úteis de viagem:

- se for de avião direto para o aeroporto de Dubrovnik e não para outra cidade da Croácia, tente sentar-se do lado esquerdo para ter a vista da segunda foto do post na hora do pouso

- o mesmo serve para o ônibus que leva do aeroporto ao centro da cidade; falar em ônibus, eles ficam estacionados logo à saída do saguão do aeroporto do seu lado direito. O bilhete você compra com o motorista e custa 70 kunas ida e volta. O ônibus te deixa no Portão Pile (para quem vai à cidade antiga) ou na rodoviária (para quem vai ficar perto do porto). Porém o lugar de saída com destino ao aeroporto não é o mesmo. A saída é do ponto de ônibus que fica ao lado da estação do teleférico (falar em teleférico... não fomos).




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